Desarticulada rede de lavagem de dinheiro que movimentava R$ 500 mil por semana

Desarticulada rede de lavagem de dinheiro que movimentava R$ 500 mil por semana

Segundo a Polícia Civil, quadrilha do Vale do Sinos era responsável pelo ingresso de 10 toneladas de cocaína por ano

Correio do Povo

Documentos e dinheiro foram apreendidos no começo da operação nesta sexta-feira

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A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta sexta-feira, uma operação para desarticular uma rede de lavagem de dinheiro de um grupo sediado no Vale dos Sinos. A ofensiva, chamada de Borgata, apurou informações que indicam que a quadrilha movimentava em torno de R$ 500 mil por semana. 

São cumpridos 23 mandados busca e apreensão, sete de prisão temporária, além do sequestro de cinco imóveis de luxo em Novo Hamburgo, Campo Bom e Lajeado. Ainda será feito o bloqueio de sete contas bancárias e serão realizadas 47 quebras de sigilo bancário, fiscal e financeiro. Até o momento quatro pessoas foram presas e ao menos R$ 30 mil foram apreendidos junto com documentos.  

Dois criminosos, ambos presos, agiam formando uma ampla rede de laranjas para lavar dinheiro do tráfico de drogas e roubos. Um deles, cumprindo penas por homicídios, está detido em Charqueadas. O segundo chefe da quadrilha cumpre pena na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Eram utilizados familiares, comparsas e amigos sem antecedentes criminais para adquirir bens de alto padrão ao longo dos últimos anos, obtidos com o dinheiro da distribuição interna de drogas para todo o Estado do Rio Grande do Sul. O grupo realizava e dissimulava negócios jurídicos, como contratos fraudulentos e efetuando transferências de veículos e bens imóveis entre si, bem como possuindo pequenas empresas para gerar aparência de ganhos lícitos. Dessa forma, eram movimentadas grandes quantias de dinheiro em espécie. 

Segundo o delegado Adriano Nonnenmacher, titular da Delegacia de Polícia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Denarc, foi realizada uma investigação célere nesta complexa rede de lavagem de dinheiro, tendo em vista as movimentações mensais de capital entre as células estaduais da organização criminosa. O grupo estava entre os principais fornecedores de drogas para o Estado nas últimas décadas.      

De acordo com a Polícia Civil, a rede criminosa realizava a maior parte das operações logísticas de entrada de cocaína no Estado na última década. Rotas de cocaína trazidas de outros países foram confirmadas nas investigações, via área, entrando pelo estado do Amazonas, bem como pelo Paraguai, mediante vínculos com outra grande facção do Brasil. Nonnenmacher afirmou que até 10 toneladas de cocaína ingressavam no país através da quadrilha. 


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