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Especial

Desavenças entre promotor e advogada suspeita do crime começaram em 2018, aponta investigação

Jair João Franz foi alvo de uma tentativa de homicídio em Teutônia

| Foto: Ministério Público / Divulgação / CP

Horas depois da operação Custos Legis, que prendeu uma advogada, um líder de facção de Porto Alegre e o executor dos disparos contra o promotor de Justiça Jair João Franz, em Teutônia, a Polícia Civil concedeu entrevista coletiva para explicar detalhes da tentativa de homicídio. O titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Lajeado, delegado Juliano Stobbe, relatou que as desavenças em audiências entre a advogada e o promotor começaram em 2018.

Stobbe ressaltou que a investigação coletou “provas inequívocas” para o cumprimento das medidas cautelares. “As investigações não se encerram nesse inquérito policial. Continuamos conversando e trabalhando em conjunto com a Gaeco e a BM para levantar outros elementos que podem desencadear uma segunda fase dessa operação que se procedeu na amanhã de hoje”, destacou. 

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), dois foram presos preventivamente e um, temporariamente nas cidades de Teutônia, Arroio dos Ratos e Bom Retiro do Sul. Ao todo, a Polícia cumpriu 14 ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão e prisões. No decorrer da operação já haviam sido cumpridas outras medidas cautelares. De acordo com as investigações, a motivação para o crime está relacionada a processos que tramitam na comarca de Teutônia, onde o promotor mantém atuação firme no combate à criminalidade.

Segundo Stobbe, o atirador agiu sozinho na tentativa de homicídio a mando da advogada e do apenado. “Ele tinha certo conhecimento de arma de fogo. Não trabalhamos com a hipótese de um amador, talvez ele tenha errado a execução. Mas ele foi contratado pelos mandantes”, pontuou. O executor disparou 15 tiros com uma pistola calibre 9 milímetros, dos quais um atingiu o promotor.

Presa depois de sair do hospital 

O chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Fernando Sodré, afirmou que a advogada suspeita de participar foi detida logo após deixar um hospital da cidade. “Ela foi liberada do hospital e conduzida presa para delegacia”, salientou. “Vamos buscar mais elementos, mas fica claro até o momento que o fato está localizado na questão pessoal e profissional vinculado à atuação do promotor na comarca de Teutônia”, completou. As investigações buscam apurar a possível participação de outros indivíduos no crime. Coordenador dos Gaecos e do Núcleo de Inteligência do MPRS, André Dal Molin garantiu que desde o início as investigações apontavam que a motivação do crime estava vinculada à atuação de Franz.

“O apenado é de uma família voltada à criminalidade de Teutônia. A nossa primeira certeza era que esse atentado está vinculado à atuação funcional do promotor”, pontuou, destacando a atuação efetiva e rápida de todos os poderes. Havia animosidade desde 2018 entre a advogada e o promotor por uma operação em Teutônia desencadeada junto à prefeitura. A advogada ocupava cargo comissionado na prefeitura, de onde foi exonerada”, destacou. Segundo Dal Molin, em audiências a advogada afrontava o MPRS e o Poder Judiciário.

O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio dos Santos Feoli, destacou a participação de 90 policiais militares e 30 viaturas durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão com a PC e o MP. “Manteremos pressão operacional na região, fortalecendo a sensação de segurança do cidadão gaúcho dessa região. Temos uma cidade que não apresentava nenhum homicídio em 28 meses. Em 2022, em Teutônia, foram apenas 8 roubos”, comparou.

O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, foi enfático ao destacar a força do Estado contra o crime organizado. “No Rio Grande do Sul, bandido vai respeitar a autoridade. Quem ousar desrespeitar, terá uma resposta dura, desproporcional e rápida. O Estado não vai tolerar qualquer atentado contra membros do sistema de Segurança e Justiça ou outros servidores. A Brigada Militar e a Polícia Civil vão permanecer com efetivos reforçados na região, por tempo indeterminado”, destacou.

O crime contra o promotor aconteceu por volta das 21h, de 17 de agosto. Franz foi atingido por um disparo, que atingiu o braço e o tórax, próximo a sua casa, no bairro Centro Administrativo, no município de Teutônia, na mesma região. O suspeito utilizava uma balaclava, espécie de capuz que protege motociclistas, que foi abandonada nas imediações.

Felipe Samuel