Desmantelada quadrilha gaúcha de furto, roubo e adulteração de caminhões

Desmantelada quadrilha gaúcha de furto, roubo e adulteração de caminhões

Treze pessoas foram presas suspeitas de prejuízo de R$ 11 milhões

Correio do Povo

Megaoperação desmantela grupo gaúcho suspeito de adulterar caminhões no Brasil

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A operação Brasão de Armas, deflagrada no começo do mês de dezembro e concluída nesse domingo, desarticulou uma quadrilha do Rio Grande do Sul especializada em furtos, roubos e adulteração de caminhões. De acordo com informações da Delegacia de Polícia de Repressão ao Roubo de Veículos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DRV/Deic), o grupo adulterou, de 2005 até este ano 41 caminhões, causando um prejuízo de R$ 11 milhões. Treze pessoas foram presas como suspeitos de usarem os numerais identificadores de veículos adquiridos pelo Exército Brasileiro.

Segundo os delegados Adriano Nonnenmacher e Marco Guns, a investigação teve duração de oito meses e resultou na identificação e consequente desarticulação do núcleo gaúcho de uma organização criminosa em operação em todo o Brasil. Em solo gaúcho, a quadrilha atuou em 17 cidades:  Arroio do Padre, Bagé, Canguçu, Chuí, Gravataí, Ibirubá, Jaguarão, Pelotas, Porto Alegre, Rio Grande, Santana do Livramento, Santa Vitória do Palmar, São Gabriel, São Sepé, Três Cachoeiras, Três de Maio e Turuçu.

O trabalho de apuração mostrou que a organização obteve, por meio ainda não identificado pela Polícia Civil, acesso a dados do pré-cadastro da Base de Índice Nacional, banco de dos administrado pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), vinculado ao Ministério das Cidades em que constavam numerais identificadores de veículos montados nos mais diversos Estados brasileiros.

A partir do recebimento dessas informações, os integrantes da organização criminosa passaram a encomendar caminhões em todo território brasileiro. Sobre estes veículos subtraídos regravam-se aqueles numerais acessados ilicitamente da base de dados nacional. A Polícia Civil gaúcha estima que, em todo o Brasil, centenas de caminhões foram subtraídos em roubo ou furto nos últimos 10 anos com esse propósito, encomendados, portanto, por componentes desta organização criminosa.

O objetivo da ação da Deic foi o desmantelamento do núcleo criminoso em operação no Rio Grande do Sul, tendo tido sucesso na identificação de 19 membros desta célula no nosso Estado. Esse grupo, conforme os delegados Nonnemacher e Guns, teve atuação destacada na região Sul do Estado, especialmente nas cidades de Canguçu, Pelotas, Rio Grande. Ainda, com igual importância, operavam outros componentes na cidade de Ibirubá.

Despachantes e vistoriadores 

De acordo com os delegados, para que a fraude tivesse êxito, foi essencial a participação de despachantes e funcionários de Centros de Registro de Veículos Automotores, conveniados ao Detran do Rio Grande do Sul e do restante do Brasil. O caminhão que era roubado ou furtado "nascia" como se fosse novo e precisava apenas de uma documentação falsa para começar a rodar. 

A investigação da Polícia Civil demonstrou a participação efetiva de vistoriadores e ex-vistoriadores no esquema criminoso, aceitando documentos falsificados como dignos de registro destes caminhões objeto de crime.  

Suspeitos detidos 


Um dos presos na operação, segundo conclusão policial, era o principal articulador das encomendas e adulterações no Rio Grande do Sul, sediando sua revenda na cidade de Pelotas. As investigações apontam que ele foi responsável pela encomenda e venda a terceiros de boa-fé de 25 caminhões, dos 41 identificados.

Ainda não capturado pela Polícia Civil, um empresário teve contra si decretada prisão preventiva por ser um dos principais articuladores do golpe milionário no Estado. Ele atuava principalmente em Ibirubá e utilizava o endereço de revenda sediada na cidade para as negociações.

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