Diretor da Susepe coloca cargo à disposição

Diretor da Susepe coloca cargo à disposição

Mario Pelz relatou problemas no sistema penitenciário do RS como falta de estrutura e de verbas

Eduardo Paganella / Rádio Guaíba

Servidores temem rebeliões e falta de efetivo para levar detentos a audiências judiciais

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Após o Sindicato dos Agentes Penitenciários do RS (Amapergs) divulgar na manhã desta quinta-feira documento que circularia internamente na Susepe, o diretor do Departamento de Segurança e Execução Penal do órgão, Mario Pelz, colocou o seu cargo à disposição. Pelz encaminhou o expediente interno à superintendente da Susepe, Marli Ane Stock, na última semana, relatando os problemas nas casas prisionais e a falta de estrutura e verbas do órgão.

No documento, Pelz salienta que há risco de motins e que os detentos não têm condições de ser transportados por agentes penitenciários para audiências judiciais. O diretor afirmou que, diante das circunstâncias, não pode garantir a segurança nas casas prisionais.

“Diante do cenário posto, eu coloco que não tenho condições de gerenciar tal crise de forma segura. É um posicionamento de alguém que tem que alertar todos os fatos porque eu tenho responsabilidade em todos os presídios. A minha tarefa como gestor é dizer as pessoas, que são de fato os gestores que vão poder influenciar na área, as capacidades e a necessidades”, afirmou.

A Susepe informou que as 43 mil horas extras disponibilizadas pelo Estado para todo o primeiro semestre já foram utilizadas, mesmo faltando um mês para a metade do ano. Pelz destacou que a Secretaria da Fazenda já foi comunicada sobre a falta de verbas para horas extras, mas ainda não há um posicionamento sobre a liberação de recursos. O presidente da Amapergs, Flávio Berneira, alert0u que, no interior do Estado, trabalhadores de alguns presídios já estudam suspender benefícios dos presos.

“Eu gostaria de chamar atenção que a Susepe, em se mantendo este quadro, irá interromper uma série de atividades. E isso não se trata de uma greve de servidores. Não por outra razão, senão pela absoluta falta da força de trabalho, de servidores”, pontuou Berneira.

Entre as medidas que podem ser adotadas pelos servidores estão a suspensão do transporte de presos para audiências, perícias médicas, atendimento a oficiais de justiça e médicos. A Amapergs teme que essas ações gerem revolta nas penitenciárias.

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