Disque Bonde ajuda a traçar perfil dos integrantes das gangues gaúchas
Polícia já recebeu 60 ligações
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Os usuários do “Disque Bonde” são basicamente pais, professores e moradores da região que sofrem algum problema com a ação das gangues. O programa também recebeu telefonemas do interior e do litoral Norte. A maioria informando de que forma se comportam os jovens que integram os bondes, onde costumam se concentrar e o que os move para a violência desmedida.
A ação desses grupos causou, em fevereiro deste ano, a morte de um adolescente no Parque da Redenção. Bondes rivais teriam marcado, pela internet, um encontro no local. Desde o confronto, a BM intensificou o patrulhamento nos parques. Neste domingo, PMs a cavalo e a pé faziam o policiamento ostensivo dos parques e locais de maior movimento da Capital.
As denúncias, de acordo com o comandante em exercício do 9º BPM, major André Luis Woloszyn, deram uma ideia do tipo de ação que estes grupos promovem e em que local costumam se reunir. Na região Metropolitana, a tendência é o conflito armado, no litoral Norte, a atuação dos bondes é basicamente nas escolas e na Capital a atuação também é em escolas, além dos confrontos.
Integrantes utilizam dias de passe livre para atuar
Quanto as denúncias, as principais são a perturbação do sossego público, depredações, pichações, danos ao patrimônio público e privado, desordens e agressões com lesões corporais. Os crimes não ocorrem apenas entre integrantes de grupos rivais, mas também atingem pessoas que passam pelo local onde o bonde está reunido.
Pelo relato dos usuários, salientou Woloszyn, os integrantes dos bondes estão utilizando os dias de passe livre nos ônibus para realizarem seus encontros em parques e shoppings. Os grupos são heterogêneos em termos de constituição, formados não apenas por jovens, mas também por maiores de idade. Existem também os bondes femininos, formados em algumas escolas da rede pública. Estes grupos se comportam de maneira a intimidar outras adolescentes por inveja, como por exemplo a aparência pessoal da vítima e por ela vestir boas roupas ou considerar uma ofença a colega não responder a um cumprimento.