Doméstica diz ter sido pressionada a vender bebê em Passo Fundo

Doméstica diz ter sido pressionada a vender bebê em Passo Fundo

Cinco pessoas foram presas após criança ser negociada no Centro do município hoje

Acácio Silva / Correio do Povo

Doméstica teria sido pressionada a vender bebê em Passo Fundo

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A mãe da menina que seria vendida na tarde desta quarta-feira no Centro de Passo Fundo declarou à Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) do município que teria sido pressionada a entregar o bebê, nascido há 6 dias, em troca de R$ 6 mil. A empregada doméstica de 20 anos afirmou ao titular da delegacia, Gilberto Mutti Dumke, que durante a gravidez chegou manifestar interesse em deixar a criança no hospital para adoção, pois é pobre e já tem um filho de 2 anos.

Ela contou que, desde então, passou a ser assediada por duas mulheres, de 21 e 43 anos, para a venda da filha a um casal gaúcho - o homem de 34 anos e a mulher de 35 - radicado na Bahia. Eles estariam interessados na "adoção". As intermadiárias chegaram pagar algumas consultas e exames que a doméstica precisou fazer durante a gestação.

A doméstica afirmou que, após o nascimento, as mulheres passaram a fazer pressão para que ela entregasse logo a criança. Desesperada, ela resolveu procurar a polícia. Com isso, os agentes da DPCA passaram a monitorar os envolvidos, que marcaram o encontro com a mãe na Praça Marechel Floriano – a principal da cidade. Conforme combinado com a polícia, a mãe foi à praça hoje à tarde com a recém-nascida, onde se encontrou com um advogado e as duas intermediárias. As mulheres estavam com a declaração de nascimento da criança, necessária para o registro civil, pronta. Os três foram presos na praça e o casal num hotel da cidade.

Pela proposta, a mãe deveria registrar hoje e menina e assinar um documento para que o casal pudesse viajar com a criança. Neste primeiro momento, ela receberia R$ 3 mil e o restante, em 60 dias. Os envolvidos foram autuados em flagrante com base no artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por adoção irregular mediante oferecimento de pagamento. A pena para o crime é de até quatro anos de reclusão. Os cinco envolvidos foram recolhidos ao Presídio Regional de Passo Fundo e o bebê ficou com a mãe.

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