"Ele já tinha planejado matá-la", diz delegada sobre suspeito de assassinar ex-companheira

A morte da terapeuta ocupacional Mariane da Silva Isbarrola, 30 anos, e da mãe dela, Terezinha de Fatima Pereira da Silva, 56, chocou moradores do bairro Humaitá, em Porto Alegre. Elas foram assassinadas com golpes de faca pelo ex-companheiro de Mariane – que teria se agachado no corredor do quarto andar do edifício Paraguay, na rua Engenheiro Alexandre Martins da Rosa, para surpreender a vítima.

Quando Mariane abriu a porta do apartamento 412 por volta das 6h30min desta quarta-feira para ir até o Centro de Atenção Psicosocial de Montenegro – onde trabalha -, o suspeito teria empurrado a vítima para dentro do imóvel e a esfaqueado. A mãe da vítima também foi atingida. As duas morreram na sala do apartamento e a faca do crime foi abandonada em cima do sofá.

O casal estava em processo de separação havia dois meses e o homem não aceitava o término do relacionamento. Segundo a delegada Clarissa Demartini, da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher da Capital, o suspeito já havia ameaçado a ex-companheira outras vezes. “Ele já tinha planejado matá-la. Para nós, fica bem caracterizado um caso de violência doméstica”, ressaltou a delegada.

As duas filhas do casal, de 7 e 4 anos, estavam dormindo em um dos quartos do apartamento, quando o crime ocorreu. O pai delas – o suspeito do crime – teria levado as meninas com os rostos cobertos por um lençol, para a casa de um vizinho. A irmã do agressor teria ido buscar as crianças no local.


Foto: Álvaro Grohmann / Especial CP

“Era um casal tranquilo”

Moradora do apartamento 410, a vizinha Neide Maria Oliveira da Paixão contou que escutou os gritos. “Ouvimos socorro, socorro e ai, ai, ai..era a voz da Mari”, recordou. “Foi horrível lá em cima. Batemos na porta e nada. Chamamos a Brigada Militar que arrombou a porta. Não acreditamos que isso aconteceu pois era um casal tranquilo e nunca vimos uma briga. Ela nunca contou nada para mim”, lembrou, observando que a bolsinha com a comida que seria levada para o trabalho pela terapeuta ocupacional ficou caída no corredor. “Meu marido viu ele abrir o portão e sair correndo”, recordou. O suspeito fugiu em um Hyundai HB20, de cor branca. O alerta com as características foi dado pela rede de Segurança Pública. 

Luto

A Prefeitura Municipal de Montenegro divulgou nota oficial no final da manhã desta quarta-feira lamentando a morte da servidora. “Em forma de luto, o CAPS (Centro de Atenção Psicosocial) de Montenegro suspende suas atividades durante toda essa quarta-feira. Mariane era Terapeuta Ocupacional do município e estava próxima de completar 5 anos de serviços no setor público”.

O Colégio Concórdia, no bairro São Geraldo, em Porto Alegre, onde estudam as filhas de Mariane da Silva Isbarrola também divulgou nota oficial. “Transmitimos a seus familiares nosso profundo pesar por tão dolorosa perda. Que Deus dê a seus familiares consolo e paz espiritual”, postou nas redes sociais.