Em carta, atirador pede perdão pelo massacre em colégio

Em carta, atirador pede perdão pelo massacre em colégio

Wellington Menezes de Oliveira matou 12 crianças ao invadir escola no Rio

Correio do Povo

Em carta, atirador pede perdão pelo massacre em colégio

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Na carta deixada pelo atirador que matou pelo menos 12 estudantes em uma escola pública de Realengo, na zona oeste do Rio, na manhã desta quinta-feira, Wellington Menezes de Oliveira, faz referência a questões de natureza religiosa, pede para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento e para para ser enterrado ao lado da sepultura da mãe. Segundo o portal R7, no fim do trecho divulgado, o atirador pede perdão.

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Veja abaixo um trecho da carta deixada por Wellington: 

“Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão, os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão. Se possível, quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu. Preciso de visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida.”

Segundo parentes e amigos de Oliveira, o jovem era o único filho adotivo entre seis irmãos e seria portador do vírus HIV. Ele era extremamente retraído, quase não tinha amigos e sua rotina se limitava a ir de casa para o trabalho, em uma fábrica de produtos alimentícios. Após a morte da mãe, há oito meses, ele teria se isolado ainda mais.

Tragédia

A Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil confirmou, no final da manhã, as mortes de 11 estudantes no ataque à escola. Segundo a pasta, morreram dez meninas e um menino. Os estudantes têm entre 12 e 14 anos. Mais cedo, policiais militares e oficiais do Corpo de Bombeiros informaram que 12 crianças haviam morrido. O atirador também foi morto, mas não chegou a ser socorrido.

As vítimas foram levadas para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e Hospital da Polícia Militar.

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