Em meio à pandemia, latrocínios no Rio Grande do Sul caem 87,5% em março
Além do impacto do isolamento social, programa RS Seguro, é responsável pela redução dos casos
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Os casos de latrocínio em todo o Rio Grande do Sul caíram 87,5% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado, passando de oito para um. Trata-se do menor número para o período em toda a série histórica, iniciada em 2002. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), houve ainda uma queda de 33,3% nos roubos com morte no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, reduzindo de 21 ocorrências para 14.
O resultado é também o menor nos primeiros três meses desde o começo da contabilização de crimes no RS. Para a SSP, a diminuição dos indicadores de criminalidade deve-se às ações do programa transversal e estruturante RS Seguro, cujo foco é o combate ao crime nos 18 municípios com os maiores índices na última década. A pandemia do novo coronavírus, com redução na circulação de pessoas, também teve impacto relativo nos indicadores criminais em março.
Em Porto Alegre, com um só caso de latrocínio desde o início do ano, o primeiro trimestre fechou com queda de 50% sobre igual período do ano passado, quando foram registradas duas mortes durante assaltos. Em 2020, o mês de março encerrou sem latrocínios na Capital.
Após leve alta verificada em fevereiro, o número de vítimas de homicídio voltou ao patamar de estabilidade em março deste ano no Estado. Um total de 146 pessoas foram assassinadas contra 147 no mesmo mês do ano passado. No acumulado do trimestre foi mantida a curva de retração, com 462 óbitos contra 528 no mesmo período do ano anterior, representando uma queda de 12,5%.
Queda generalizada
Nos 18 municípios priorizados pelo RS Seguro, o número de homicídios registrou quedas consecutivas em todo o período, sendo que março passado ficou com 67 mortes contra 91 no mesmo mês do ano passado, significando uma redução de 26%. Em Porto Alegre, o terceiro mês fechou com 30 assassinatos, enquanto março do ano passado ficou em 28. No acumulado no primeiro trimestre foram 81 vítimas de homicídio ao passo que os três primeiros meses do ano passado tiveram 98 casos, representando uma queda de 17,3%.
Conforme a SPP, o roubo de veículos no RS foi reduzido em 10% em março no comparativo com o mesmo mês no ano passado, caindo de 957 para 858 casos. Em Porto Alegre, a diminuição foi de 18%, passando de 426 para 351 ocorrências. No trimestre deste ano, a queda foi de 18,75, com redução de 3.265 para 2.654 ocorrências em relação aos primeiros três meses do ano passado. Na Capital, a retração foi de 25,8%, passando de 1.466 para 1.088 no número de casos.
Houve igualmente a redução dos roubos a pedestre com queda de 20% em março no RS, passando de 4.115 no mesmo mês do ano passado para 3.294. Em Porto Alegre, a diminuição no trimestre foi de 18%, com 1.824 no ano passado contra 1.497 agora mentre janeiro e março.
Outros crimes
O RS fechou ainda o trimestre com queda de 42,9% nos ataques a banco, sendo 16 ações criminosas contra instituições financeiras contra 28 no mesmo período do ano passado. Em Porto Alegre, a diminuição foi de 100%, sem nenhum ataque. Nos roubos a transporte coletivo, a baixa no trimestre foi de 43,9%, com 607 casos no ano passado e agora em 345 em todo o RS. Na Capital, a redução foi de 33,5%, passando de 278 para 185 ocorrências.
Depois de dois meses com resultados bastante negativos no combate à violência de gênero, o mês da mulher trouxe algum alento na luta por respeito, proteção e igualdade para todas as gaúchas. Houve mesmo assim 11 feminicídios, mas, ao contrário de janeiro e de fevereiro, não ocorreu aumento em relação ao ano passado quando o número de mulheres assassinadas por motivo de gênero foi o mesmo.
Com a estabilidade no terceiro mês do calendário, o RS acumula 26 feminicídios contra 15 no primeiro trimestre do ano passado, uma alta de 73%. Todos os dados dos indicadores de criminalidade podem ser acessados no site da Secretaria da Segurança Pública.
