Em protesto a Leite, delegados suspendem divulgação de ações policiais: "não recebe a categoria"

Em protesto a Leite, delegados suspendem divulgação de ações policiais: "não recebe a categoria"

Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep) alega que governador se recusa a negociar reposição salarial

Marcel Horowitz

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A Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep) decidiu que seus membros não devem mais divulgar detalhes de operações e nem o número de prisões para a imprensa e em redes sociais, bem como não conceder mais entrevistas.  A medida, decidida em Assembleia Geral da categoria, na noite de sexta-feira, ocorre em protesto ao que os policiais consideram excesso de operações, demandadas pelo Executivo Estadual, e também, ainda de acordo com o sindicato, pela ausência de reposição salarial.

De acordo com a decisão, o associado que não cumprir o estipulado vai estar sujeito a uma comissão de ética, podendo resultar, inclusive, em expulsão da entidade. O sindicato alega que as tensões decorrem da crescente insatisfação entre os servidores da área da Segurança Pública com o governador Eduardo Leite. 

"Leite não recebe a categoria para negociar mas, no entanto, divulga rotineiramente os excelentes resultados das operações", declarou o presidente da Asdep, delegado Guilherme Wondracek. “São em média quatro operações por dia. Estamos trabalhando muito e não somos valorizados. Então, não divulgaremos operações e nem concederemos entrevistas."

"Os policiais civis são responsáveis pela área da Segurança Pública que mais entrega resultados para a sociedade gaúcha. Todavia, o governador sequer nos recebe para negociar um plano de valorização salarial”, destacou Wondracek. Segundo ele, as medidas que serão adotadas pela categoria não afetarão a sociedade.

Também conforme o delegado, a aprovação, na última terça-feira, do reajuste de 12,36% somente para servidores vinculados ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), Tribunal de Justiça Militar (TJM), Ministério Público (MP-RS), Defensoria Pública do Estado e Assembleia Legislativa, gerou ainda mais revolta aos policiais. A categoria ainda sinaliza que realizará audiências com deputados e vereadores para detalhar a situação.

Contatada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública (SSP), até o momento desta publicação, ainda não havia se manifestado. O espaço segue aberto para manifestações. No início de outubro, a pasta destacou que reconhece o empenho da Polícia Civil no combate à criminalidade e trabalha pelo fortalecimento da corporação, dialogando com as entidades de classe. 


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