Em um mês, operação localiza 449 trabalhadores irregulares na Serra gaúcha

Em um mês, operação localiza 449 trabalhadores irregulares na Serra gaúcha

Balanço da Operação In Vino Veritas foi divulgado nesta segunda-feira

Correio do Povo

Operação In Vino Veritas fiscalizou propriedades rurais na Serra gaúcha

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Foi divulgado, nesta segunda-feira, o resultado da Operação In Vino Veritas. A ação foi deflagrada no dia 23 de janeiro, com participação do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho no RS e da Polícia Rodoviária Federal. A ofensiva contou ainda com o apoio da Polícia Federal.

O objetivo era verificar a regularidade dos contratos de trabalhadores safristas na Serra gaúcha. Foram encontrados 449 trabalhadores em situação irregular, de um total de 3,3 mil alcançados.

Durante aproximadamente um mês, foram inspecionados estabelecimentos rurais e vinícolas em 18 municípios. O foco da ação foram as safras da uva e da maçã.

Somente na cadeia vitivinicultura, foi constatado aumento de 257% na contratação regular de pessoas físicas e 50%, jurídicas. Os contratos de pessoas físicas aumentaram quase o triplo, quando comparados ao ano passado, que teve registro de 57%.

"Essa operação teve apoio de toda a sociedade. A ideia para essa ação nasceu em fevereiro do ano passado, quando se materializou o resgate dos trabalhadores em Bento Gonçalves. A partir de então, para modificar o cenário existente, iniciamos trabalhos com toda a população local, incluindo produtores, sindicatos e vinícolas. Em um primeiro momento, eles tiveram resistência, mas ao longo do tempo esse processo foi sendo desmistificado. Todos saibiam que estariamos na região", destacou o auditor- fiscal do Trabalho, Gerson Soares Pinto, chefe do Setor de Fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho no RS.

O balanço também apontou que 38% dos safristas vêm dos estados do Maranhão, Alagoas e Matogrosso do Sul. Outros 9% são argentinos. Já 54%, são trabalhadores que moram no RS.

No período da ofensiva, foram resgatados 27 trabalhadores em situação análoga à escravidão. Destes, 22 estavam em São Marcos e outros cinco em Farroupilha. Uma pessoa foi presa.

"O nosso sentimento, mesmo que seja de orgulho, também é de vergonha, por constatarmos que ainda há exploração de trabalho escravo em pleno século 21. A PRF é um órgão de Estado, que tem por finalidade o policiamento e a proteção. Enquanto nos permitirem, vamos continuar participando de operações assim e empenhados no combate a situações análogas a escravidão", afirmou o superintendente da PRF, Anderson Nunes dos Santos.

Também foi feito o afastamento de 11 adolescentes, sendo três encontrados em condições semelhantes ao trabalho escravo em São Marcos (1) e Farroupilha (2). Os outros menores de idade foram encontrados em Vacaria, Ipê, Bento Gonçalves, Cotiporã, Fagundes Varela e Antônio Prado.

Além de verificar a existência do registro dos empregados, os participantes da operação também examinaram outros aspectos da legislação trabalhista, como a utilização de equipamentos de segurança, além das condições de segurança, conforto e higiene dos refeitórios e alojamentos.


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