Empreiteiro paulista é preso e seis trabalhadores são resgatados em condições análoga à escravidão

Empreiteiro paulista é preso e seis trabalhadores são resgatados em condições análoga à escravidão

Homens teriam sido cooptados com a promessa de que trabalhar com carteira assinada, ter direito a três refeições diárias e receberiam o valor de R$ 3 por metro de bloco construído

Fernanda Bassôa

Dos seis homens, um era de Novo Hamburgo e o restante veio de outros Estados, como Bahia, Pará e Minas Gerais

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Uma denúncia que chegou por e-mail à Delegacia de Polícia de Guaíba resultou na prisão de um empreiteiro paulista e na liberação de seis homens que há 20 dias estavam vivendo em um alojamento, no bairro Ipê, em situação análoga à escravidão. De acordo com a delegada Karoline Calegari, os trabalhadores teriam sido cooptados pelo suspeito com a promessa de que trabalhariam de carteira assinada, ganhariam três refeições diárias e receberiam o valor de R$ 3 por metro de bloco construído.

“As vítimas são todos homens. Um deles era de Novo Hamburgo, o restante veio de outros Estados, como Bahia, Pará e Minas Gerais. Inclusive, eles pediram dinheiro emprestado antes de vir pra cá na expectativa de reembolso com o trabalho que iriam executar. Eles contaram que trabalharam poucos dias e depois disso ficaram ociosos no alojamento, que era totalmente precário. Uma das vítimas foi reclamar sobre as condições de moradia para o empregador e foi expulsa do local em tom de ameaça. Depois disso, as chaves sumiram e eles ficaram totalmente vulneráveis e acuados”, revelou.

Segundo a delegada Karoline, a alimentação fornecida ao grupo vinha em sacos plásticos e tinha até cabelo no meio da comida. “Os homens tomavam café em garrafas PET cortadas pela metade e tomavam banho gelado”, acrescentou.

O suspeito da contratação irregular, que é investigado por dois fatos semelhantes em São Paulo, foi preso em flagrante por manter pessoa à condição análoga à escravidão. A delegada informou ainda que outros seis homens que atuavam como segurança e a cozinheira foram todos identificados e deverão responder pelo mesmo crime, pela coautoria. As vítimas foram encaminhadas para a Assistência Social do Município e o Ministério Público do Trabalho foi oficiado.


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