Empresária que matou família não tinha condições de entender o crime, aponta laudo

Empresária que matou família não tinha condições de entender o crime, aponta laudo

Roselani D'Ávila confessou a morte do marido, da irmã e da sobrinha

Rádio Guaíba

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O resultado do exame de sanidade mental realizado em Roselani D'Ávila, que confessou ter matado o marido, a irmã e a sobrinha, em abril deste ano, em Novo Hamburgo, indicou que a mulher não tinha condições de entender a ilicitude do ato nem de se determinar. A mulher está recolhida no Instituto Psiquiátrico Forense, em Porto Alegre.

Na madrugada do dia 14 de abril e no amanhecer de 15 do mesmo mês deste ano, em dois bairros nobres de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, a empresária Roselani Radaelli Picinini D’Ávila, de 47 anos, esfaqueou e matou o marido Flávio Machado D’Ávila, de 54 anos, a irmã Rosangela Radaelli Picinini de Freitas, de 45 anos, e a sobrinha e afilhada Maria Francisca de Freitas, de 6 anos de idade, e depois tentou o suicídio. Ela, porém, sobreviveu e foi indiciada por triplo homicídio por motivo torpe e com agravante da premeditação do crime.

Um total de 16 cartas de despedida, escritas nervosamente à mão, na véspera do crime, e endereçadas para familiares e amigos, foi encontrado. Elas esclareceram a motivação do ato criminoso cometido pela empresária: as dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa de calçados da família. A acusada alegou que se sentia envergonhada e assumia para si toda a responsabilidade pelo sustento de todos. 'Covardemente, preferi tirar a vida de algumas pessoas que amo, pois não suportava mais ver neles uma dor que não sei como reverter', desabafou em um determinado trecho.

A empresária residia com o marido no apartamento 1201 do condomínio Vitória Régia, na avenida Doutor Maurício Cardoso, no bairro Hamburgo Velho. Às 5h38min do dia 14, Roselani pegou uma faca e esfaqueou o esposo que dormia na cama de casal. Ele ainda se debateu, mas foi sufocado com um travesseiro. O corpo dele foi encontrado no chão, ao lado da cama, com um travesseiro embaixo da cabeça e coberto por um lençol e uma colcha.

Durante a terça-feira, 14 de abril, após assassinar o marido, a empresária ainda trabalhou normalmente e foi depois rezar em uma igreja, antes de se encontrar com a irmã no apartamento desta, no sétimo andar do condomínio Jardim Vila Rosa, na rua Joaquim Manoel Macedo, no bairro Vila Rosa, após levar a afilhada para um lanche. Entre às 4h30min e 5h da quarta, 15, quando a irmã, Rosângela, e a menina, Maria Francisca, dormiam na mesma cama, a acusada desferiu o ataque.

A criança acordou e tentou fugir, mas foi alcançada e morta na porta do apartamento, pedindo por socorro. A irmã ainda teve forças para tentar socorrer a filha, mas tombou sem vida. Ao mesmo tempo, Roselani esfaqueava o próprio pescoço e a barriga. Com o barulho, os vizinhos acionaram a BM, que encontrou, junto com um irmão das vítimas, os corpos dentro do imóvel.

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