“Era tudo ensaiado, mas não eram bons atores”, diz motorista da Uber agredido

“Era tudo ensaiado, mas não eram bons atores”, diz motorista da Uber agredido

Condutor de 41 anos acredita que agressão foi premeditada

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Bráulio Escobar contou como foi a ação dos agressores

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motorista da Uber espancado em Porto Alegre, Bráulio Pelegrini Escobar, 41 anos, acredita que a agressão foi premeditada. “Era tudo ensaiado, mas como não eram bons atores, não convenciam do que estavam tentado fazer", declarou sobre a atitude dos passageiros que o agrediram no estacionamento de um supermercado.  “Houve um planejamento para me levar até o local. Não houve conversa dentro do carro e isso foi o que me chamou mais atenção. O normal é as pessoas perguntarem tudo sobre como o Uber funciona”, disse em entrevista à Rádio Guaíba nesta sexta-feira.

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De acordo com o motorista, a chamada foi solicitada por um homem que não quis dar o endereço de destino quando embarcou no veículo. “Comecei a estranhar que o passageiro ia me indicando curva a curva o caminho que eu deveria ir. Ele disse que tinha que trabalhar durante a noite e que teríamos que passar por um local que, coincidentemente, tinha blitz da EPTC, para pegar mais um passageiro”, disse. No entanto, ao chegar ao local, a Empresa Pública de Transporte e Ciruculação (EPTC) já tinha terminado o serviço de fiscalização. Escobar afirmou que temeu por um assalto, já que um segundo passageiro embarcou onde ocorria a barreira.

Em seguida, a dupla teria dito que um terceiro passageiro seria pego no Campo da Tuca, na zona Leste da Capital. Os homens teriam ficado o tempo todo concentrados no celular e, segundo Escobar, o terceiro passageiro também não queria dar o endereço de onde se encontrava. Assim, ficou combinado que se encontrariam em uma esquina. Chegando ao local, o homem não quis embarcar. “Pra mim ficou óbvio (que se tratava de uma emboscada) quando o terceiro elemento não quis entrar no carro. Achei que era um assalto, um sequestro ou que eu seria agredido”, revelou.

Depois disso, os dois homens que estavam no carro solicitaram que o motorista os levassem até o Carrefour da avenida Bento Gonçalves. Chegando lá, segundo Escobar, ao menos dez taxistas começaram a quebrar o veículo e a agredi-lo. “O gerente do Carrefour não me deixou sair do carro. Eu pedi para ser levado para uma sala, mas ele negou. Quem tirou os taxistas de cima de mim foram três senhoras, a quem devo a minha vida. Elas que se colocaram entre o carro e os agressores”, contou o motorista.

Escobar foi atendido pela Brigada Militar e encaminhado para o Hospital Cristo Redentor. Ao ser questionado sobre a legalidade da empresa Uber, Escobar disse que o serviço não é proibido no Brasil e que tem respaldo da lei federal 12.587/2012. O motorista também destacou que o serviço “cinco estrelas” oferecido via aplicativo tem apoio da organização do programa, que dá suporte aos associados e oferece todo o apoio necessário em caso de incidentes como esse.

Carrefour se manifestou sobre o caso

O Carrefour se manifestou em relação à atitude do gerente e da segurança do supermercado. A empresa afirmou que, assim que soube da ocorrência, ligou para Brigada Militar e para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

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