Esquema de agiotagem ligado a facção é alvo de ofensiva em Alvorada

Esquema de agiotagem ligado a facção é alvo de ofensiva em Alvorada

Operação Onzenário investiga extorsões cometidas contra quatro vítimas na região Metropolitana

Marcel Horowitz

Policiais civis deflagraram operação contra agiotas em Alvorada

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Policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) desarticularam, nesta sexta-feira, um grupo responsável por práticas de agiotagem e extorsão em Alvorada, na região Metropolitana. A ofensiva também ocorreu em Porto Alegre e Cachoeirinha. A suspeita é que a quadrilha tenha vínculos com uma facção.

Intitulada ‘Operação Onzenário’, a ação foi coordenada pela 1ª DP de Repressão a Roubos, sob comando do delegado João Paulo de Abreu. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, além de ordens de prisão preventiva contra três suspeitos. Todos eles foram presos.

A investigação começou em outubro do ano passado. Na época, a quadrilha tentava extorquir quatro pessoas da mesma família, por causa de dívidas contraídas por uma delas. Os criminosos exigiam o pagamento de R$ 72,5 mil. O valor da cobrança seria incompatível com o que foi emprestado.

As vítimas passaram a receber ligações telefônicas, além de vídeos e mensagens no WhatsApp, com ameaças de morte. Outras bravatas também foram feitas através de perfis falsos em redes sociais. A gangue ainda alegava saber o endereço e a rotina dos alvos da extorsão.

"Foi necessário que as vítimas deixassem suas moradias, porque sofriam ameaças de invasão a qualquer momento, e foram para a casa de parentes. Eles contaram com apoio da Polícia Civil, que auxiliou na retirada e no transporte dos objetos pessoais deles”, afirmou o delegado Eibert Moreira Neto, diretor de investigação do Deic.

Como se não bastasse, houve ainda o arrombamento do estabelecimento comercial de uma das vítimas. O local era um salão de beleza, que foi invadido e saqueado.

Elo com facção

Outro foco da investigação é o vínculo entre os extorsionários e uma organização criminosa, que atua no tráfico de drogas. A facção tem origem no bairro Bom Jesus, na zona Leste de Porto Alegre, mas também criou ramificações na região Metropolitana.

A suspeita ocorre porque um dos homens detidos nesta manhã já havia sido preso, por porte ilegal de armas, na terça-feira, em Porto Alegre. Na ocasião, ele foi flagrado pela Brigada Militar quando fazia escolta do traficante conhecido como ‘Tiago Pequeno’, apontado como líder da facção.

Em 2021, Pequeno foi preso na praia de Itapema, no litoral Norte de Santa Catarina. Ele chegou a ser enviado ao sistema penitenciário federal, mas retornou ao RS, onde cumpria pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

No entanto, no início do ano, o criminoso foi autorizado a cumprir prisão domiciliar humanitário, com uso de tornozeleira. A medida atendeu ao pedido da defesa, que alegou necessidade de tratamento médico de supostos problemas na coluna dele. Ele usufrui do benefício desde então.


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