Esquema de venda de drogas pelo Instagram na região Metropolitana de Porto Alegre é alvo do Denarc

Esquema de venda de drogas pelo Instagram na região Metropolitana de Porto Alegre é alvo do Denarc

Traficantes de classe média e alta atendiam diariamente uma clientela vip com contas falsas

Correio do Povo

Cocaína, maconha e drogas sintéticas eram comercializadas

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Um sofisticado esquema de venda de drogas pelo Instagram foi alvo na manhã desta quinta-feira da segunda fase da operação Instadrugs do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil. A ação, coordenada pelo delegado Guilherme Dill, teve apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e da Polícia Federal. Os agentes cumpriram 20 mandados de prisão temporária e outros 16 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Viamão, Charqueadas e Santana do Livramento, além do Uruguai.

O trabalho investigativo começou em janeiro deste ano. A equipe do Denarc apurou que traficantes de classe média e alta utilizam contas falsas nas redes sociais para a venda de cocaína, maconha, drogas sintéticas e até armas para uma clientela vip, bem como escaparem ainda das ações policiais. “Estima-se que a comercialização de entorpecentes seja diária, de modo que os indivíduos anunciam as mercadorias ilícitas nos stories da rede social”, disse o delegado Guilherme Dill. “Ao receber encomendas via mensagem Direct, terceirizam a função de entrega dos entorpecentes, recebendo os pagamentos via Pix”, constatou.

Após a primeira fase da investigação, em julho deste ano, onde ocorreram seis prisões e houve apreensão de R$ 90 mil em dinheiro, os policiais civis identificaram a rede de narcotraficantes que utilizam as redes sociais para o narcotráfico em Porto Alegre e Região Metropolitana. “A investigação está em estágio avançado, de modo que as prisões são necessárias para a conclusão do inquérito policial e demonstração de vínculos entre os indivíduos”, adiantou o delegado Guilherme Dill.

Segundo ele, os traficantes possuem três núcleos de grupos destinados ao tráfico de drogas: um deles administra as redes sociais e recebe encomendas de usuários de drogas por mensagens; o segundo grupo é composto de entregadores, que na sua maioria são motoristas de aplicativos ou de tele entregas, que recebem pelos serviços via pix; e o terceiro é formado pelos fornecedores, os quais são acionados quando o primeiro grupo fica sem as quantias de drogas necessárias.

“O grupo criminoso é focado num público elitizado da Região Metropolitana. Atende indivíduos universitários e usuários que não querem se deslocar até o local de venda da droga, fazendo encomendas pelas redes sociais e pagando pelo serviço personalizado. Essa investigação demonstrou que a rede de usuários sustenta diversas cadeias do crime organizado”, frisou.

“Os fornecedores são de outros estados, como Santa Catarina, e estima-se que também haja drogas trazidas de outros países, pois há envolvimento de um indivíduo uruguaio que será preso, o que será apurado na continuidade do inquérito”, assinalou o delegado Guilherme Dill. “As drogas são vendidas de diversas formas, como a maconha que é vendida na forma de flor e na forma prensada. Além disso, as drogas sintéticas também são vendidas em grandes quantias, como se verifica pelas fotos na galeria de um dos telefones que está na investigação”, complementou.

“A gravidade dos fatos aumenta, pois também se verificou que alguns indivíduos são motoristas de aplicativo e transportam drogas no carro enquanto fazem corrida para passageiros, em Porto Alegre”, acrescentou.

Já o diretor de investigações do Denarc, delegado Alencar Carraro, destacou que “foi uma atuação cirúrgica no combate à criminalidade na Região Metropolitana” e que “revelou a necessidade de qualificação da investigação criminal como forma de reprimir condutas criminosas e formação de grupos organizados destinados ao narcotráfico”. 

Fotos: PC / Divulgação / CP

 


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