Estações mais quentes deixam bombeiros em alerta contra queimadas

Estações mais quentes deixam bombeiros em alerta contra queimadas

Campanha busca conscientizar a população no Rio Grande do Sul

Paulo Roberto Tavares / Correio do Povo

Já foram combatidos 184 incêndios em matas e campos em 2011

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Com a chegada das estações mais quentes – primavera e verão –, a incidência de incêndios em vegetação, nos morros da Capital e beira de estradas, se torna mais frequente. Em 2010, o 1º Comando Regional de Bombeiros (1º CRB), que atende a área de Porto Alegre, enfrentou 273 ocorrências desse tipo. Este ano, os bombeiros já combateram 184 incêndios em matas e campos, entre outros.

Com a possibilidade do número de casos superar o do ano passado, o 1º CRB lançou uma campanha de conscientização para evitar as queimadas. De acordo com o comandante, tenente-coronel Humberto Teixeira Santos, os desastres poderiam ser evitados com uma conduta mais atenciosa por parte da população. Grande parte das ocorrências, salienta ele, é gerada por vandalismo ou imprudência. "Muitos colocam fogo na vegetação sem motivo algum", comenta Santos. "É um ato criminoso, previsto em nossa legislação."

O oficial lembra que a queima da vegetação, seja nos morros ou às margens de estradas, tem consequências desastrosas para todos. A flora e fauna, muitas vezes, não conseguem mais se recuperar, gerando um desequilíbrio ao meio ambiente, entre outros efeitos negativos, além de risco à vida dos moradores próximos ao incêndio e a perda do patrimônio, como casas e escolas, além, é claro, a poluição da atmosfera.

Não bastasse isso, existe o risco de acidentes fatais. Se o fogo for ateado nos acostamentos das rodovias, a possibilidade de um desastre é grande. A fumaça gerada pode, também, fazer com que voos atrasem ou sejam cancelados. Além disso, o caminhão que combate o fogo no matagal é o mesmo que atende aos incêndios em residências. "A viatura que atende o Morro da Polícia é a mesma que socorre o Partenon, por exemplo", explica Santos. "Se uma casa estiver pegando fogo e estamos combatendo incêndio no mato, consequentemente vai demorar o atendimento à residência", alerta ele.

A inconsequência também traz risco aos integrantes da corporação. Quando o fogo é em locais de difícil acesso, os bombeiros correm o risco de se ferirem em uma queda ou serem picados por algum animal peçonhento, como aranhas e escorpiões. Se for à noite, o perigo triplica. "Já tivemos casos de soldados que torceram o tornozelo e não puderam continuar", lembra Santos. "A pessoa que colocou fogo no mato pode estar com a sua casa em chamas naquele momento."

Recomendações e alertas

• Este ano, Porto Alegre já teve 148 ocorrências de incêndios em vegetação (campos, matos etc...)

• Incêndios nesse tipo de terreno trazem prejuízo à flora e à fauna, poluem a atmosfera e favorecem a erosão.

• O incêndio intencional em campos e matas é crime, conforme a legislação brasileira.

• Os bombeiros que atendem ocorrências em vegetação são os mesmos que combatem o fogo nas zonas urbanas.

• Grande parte dos incêndios é provocada por imprudência ou vandalismo.

• A propagação do fogo, nessas ocorrências, pode atingir moradias, causar acidentes de trânsito e dificultar voos.

• Ao queimar lixo no pátio, tome precauções para que o fogo não se alastre, mantendo afastado do fogo materiais que possam inflamar. É aconselhável manter uma mangueira de jardim para usá-la com água caso seja preciso.

• Não jogue tocos de cigarros pela janela do carro, pois eles podem gerar incêndios.

• Com o início da primavera e do verão, o calor aumenta e a vegetação seca - facilitando a ocorrência de incêndios.

• Incêndios em vegetação trazem risco adicional à segurança dos bombeiros.

• Portanto, só deixaremos de ter prejuízos com esses incêndios que podem ser evitados se as pessoas começarem a ter consciência de que todos são prejudicados.


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