"Estamos no caminho certo", diz delegado sobre morte de médica

Sem dar detalhes, o titular da Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre, delegado Cleber Ferreira, revelou que as investigações sobre a morte da médica Graziela Müller Lerias estão “no caminho certo”. Segundo ele, o abandono do veículo, mesmo queimado, e os pertences da vítima, podem auxiliar no trabalho investigativo de alguma forma.

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“Estamos buscando ainda imagens de câmeras na Zona Norte e na Zona Sul”, observou o delegado, referindo-se aos locais do assalto, do carro incendiado e de onde fica a caixa coletora postal. O trajeto do Citroën C4, realizado pelos criminosos em fuga, desde a Zona Norte até a Zona Sul, está sendo apurado pelos agentes. “As investigações estão indo muito bem e acredito que chegará a um bom termo”, adiantou.

O delegado Cleber Ferreira disse ainda que, em seu depoimento, a irmã da vítima descreveu como ocorreu a abordagem dos criminosos. “Elas vinham pela Sertório e antes de atingir a Ceará, tiveram de diminuir por que o fluxo do trânsito estava pesado. Os indivíduos bateram com o revólver no vidro do carro, anunciando o assalto”, relatou. Para ele, a médica pode ter se assustado e os criminosos acabaram desferindo três tiros contra o veículo que foi roubado. O caso, por isso, é tratado como latrocínio. 

A repercussão do assassinato da oftalmologista, após assalto na noite de domingo, pode ter assustado os dois autores do crime. O Citroën C4 16GLXP F, de cor preta, que havia sido roubado da vítima, apareceu abandonado no final da noite dessa segunda-feira na estrada na avenida Edgar Pires de Castro, no bairro Lageado, na Zona Sul de Porto Alegre.

Para não deixar impressões digitais, os criminosos incendiaram totalmente o veículo. Além disso, os documentos levados da médica foram encontrados dentro de uma caixa coletora dos Correios instalada na avenida Otto Niemeyer. Os agentes da 4ª DP já recolheram os mesmos para a perícia. O assalto ocorreu na avenida Sertório, junto ao cruzamento com a avenida Ceará. Baleada gravemente no assalto, a médica morreu na madrugada de segunda-feira no Hospital Cristo Redentor.

Protesto

Em nota oficial, a Ugeirm Sindicato, que representa os policiais civis, criticou mais uma vez o sucateamento da Segurança Pública no atual governo e que se reflete nas estatísticas. De acordo com a entidade, o primeiro semestre deste ano registrou um aumento de 34,9% no número de latrocínios, 6,1% nos assassinatos e 19,6% nos assaltos.

Em Porto Alegre, diz a nota, são quase 250 assaltos por dia. “Em cada um desses 250 assaltos por dia, tem, pelo menos, um cidadão ou cidadã sob a mira de uma arma. São mais de 200 pessoas que têm a sua vida colocada em risco, por dia”, afirma a entidade.