Estudante de arquitetura é morta a tiros por engano na Ilha das Flores, em Porto Alegre

Estudante de arquitetura é morta a tiros por engano na Ilha das Flores, em Porto Alegre

Sarah Silva Domingues foi baleada em frente a um mercado; alvo do ataque seria o dono do estabelecimento

Marcel Horowitz

Sarah Silva Domingues, de 28 anos, foi baleada e morta quando fazia trabalho de campo na Ilha das Flores

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A Polícia Civil investiga as motivações do ataque a tiros que vitimou a estudante Sarah Silva Domingues, de 28 anos, na Ilha das Flores, no bairro Arquipélago, em Porto Alegre. Além dela, também foi morto Valdir dos Santos Pereira, de 53 anos. A suspeita é que ele seria o alvo do atentado. O caso ocorreu na noite de terça-feira.

Vizinhos relatam que os disparos foram efetuados por dois homens, às 19h24min, na Rua do Pescador, onde Valdir tinha um mercado. Ele foi executado dentro do comércio. Antes disso, Sarah foi baleada e morta em frente ao estabelecimento. As vítimas não se conheciam.

Câmeras de monitoramento atestam que o ataque foi cometido em 20 segundos. Foram disparados pelo menos 18 tiros de pistola calibre nove milímetros, de uso restrito. Os criminosos fugiram em uma moto.

Sarah participava de movimentos sociais e cursava Arquitetura e Urbanismo, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), além de morar na Casa do Estudante. A universitária teria dito a moradores que estava na região para fazer um trabalho de campo, em razão do temporal. Momentos antes do crime, ela utilizava um crachá do curso e registrava imagens da localidade.

A acadêmica não tinha antecedentes criminais. A suspeita é que ela tenha sido morta “por engano”, simplesmente por estar no local do atentado.

Em um primeiro momento, a investigação aponta que o alvo dos criminosos seria o dono do mercado. Valdir acumulava passagens por ameaça, apropriação indébita, crimes contra a fauna e porte ilegal de arma de fogo. A esposa dele, no entanto, afirma que ele não tinha desavenças e também não era envolvido com facções. Até o momento, ninguém foi preso.

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do RS divulgou, nas redes sociais, uma nota lamentando o falecimento da estudante. O texto presta condolências a familiares e amigos da vítima, solicitando também a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis.

De acordo com a postagem, Sarah era militante e dirigente da União da Juventude Rebelião (Ujr), sendo uma das principais lideranças estudantis de Porto Alegre. Ela também foi coordenadora do Movimento Correnteza, diretora da União Nacional dos Estudantes (Une), do Diretório Central dos Estudantes da Ufrgs, do Diretório Acadêmico da Arquitetura e membro do Conselho Universitário da Ufrgs.


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