Estudo confirma superlotação e insalubridade em unidades da Fase

Estudo confirma superlotação e insalubridade em unidades da Fase

Rio Grande do Sul aparece como um dos piores estados do país na recuperação de menores

Correio do Povo

Levantamento do MP apontou péssimas condições em unidades da Fase

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Estudo do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) divulgado nesta segunda-feira confirma a superlotação das unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei em 17 estados do Brasil, incluindo o Rio Grande do Sul, onde, nas 11 unidades da Fase, há 861 jovens internos para 643 vagas – índice de 133,9% de ocupação. Os números fazem parte da 2ª edição do relatório Um Olhar Mais Atento às Unidades de Internação e de Semiliberdade para Adolescentes.

O resultado do Rio Grande do Sul é o pior da Região Sul – sendo que o Estado é o único que tem déficit de vagas na região – e um dos dez piores do Brasil, melhor apenas que Maranhão (886,5%), Mato Grosso do Sul (365,5%), Ceará (243,4%), Paraíba (223,3%), Pernambuco (161,5%), Bahia (140,9%) e Acre (134,9%).  O levantamento ainda aponta o corte de 91 vagas entre 2013 e 2014, devido ao fechamento de uma unidade. No ano retrasado, havia 734 vagas para menores, enquanto em 2014 o número foi reduzido a 643.

A curva contraria tendência nacional, que aponta crescimento de vagas: 17.501 para 18.072, no mesmo período. Apesar da elevação em nível nacional ainda há déficit, pois o total de ocupação nas unidades em 2014 foi de 21.823, conforme o levantamento. A pior situação é na região Nordeste, que tem quase o dobro de internos em relação ao número de vagas, segundo a pesquisa.

Condições insalubres

Além disso, das 27 unidades federativas, em 19 delas há condições insalubres em pelo menos metade das casas. São situações como falta de higiene, conservação, iluminação e ventilação. No Rio Grande do Sul, o índice apontado para 2014 é de 55% – pior do que no ano anterior, que era 50%.

“Os dados são preocupantes, para não dizer estarrecedores, e demonstram que as condições de salubridade são bastante comprometidas em todo o País”, aponta o Estudo, ao avaliar o item.

Cenário ruim

“As informações deste relatório comprovam que o cumprimento das medidas socioeducativas, especialmente as restritivas de liberdade – internação e semiliberdade – está muito longe do que preconiza a Lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo e o modelo do ECA: há superlotação, poucas oportunidades de formação educacional e profissional, espaços insalubres, rebeliões nas unidades, fugas, dificuldades de atendimentos de saúde, entre tantos outros”, alerta o levantamento, em sua conclusão.

*Com Rádio Guaíba e Agência Basil


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