Exército destrói mais de 10 toneladas de armas

Exército destrói mais de 10 toneladas de armas

O aço do material derretido seria reaproveitado de forma industrial

Henrique Massaro

Armas foram destruídas em uma usina na região Metropolitana de Porto Alegre

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Mais de dez toneladas de armas recolhidas pela Justiça foram destruídas pelo Comando da 3ª Região Militar na manhã desta quinta-feira. O montante envolve armamento apreendido ao longo dos anos, assim como o que foi entregue à polícia. Ao todo, foram derretidas 10.776 armas de fogo - entre longas, curtas, réplicas e simulacros - e 5.495 armas brancas encaminhadas pelos órgãos de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.

As armas fundidas, por determinação da Justiça, não puderam ser reaproveitadas pelas forças policiais por estarem fora do padrão ou sem as condições de uso da Segurança Pública. Instrumentos de caça, por exemplo, não têm serventia para a polícia. O processo de encaminhamento ocorre de forma judicial e todo o armamento e a solicitação de destruição passam por registro fotográfico.

As armas a serem desintegradas são encaminhadas para o 3º Batalhão de Suprimento, localizado em Nova Santa Rita. Neste local, o armamento armazenado passa por um processo de pré-destruição, que é feito diariamente em uma prensa mecânica, e os resquícios de plástico e madeira são queimados. Ainda no batalhão, são desmontadas e derretidas as munições. Somente este ano, foram 100,7 mil cartuchos e 130 quilos de estojos vazios.

O armamento pré-destruído e os resquícios metálicos das munições foram escoltados por viaturas da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia do Exército até Charqueadas, na região carbonífera. Da caçamba lotada de um caminhão do Comando da 3ª Região Militar as armas passaram para outro veículo e, em seguida, foram incineradas conforme prevê o Estatuto do Desarmamento, de 2003. O aço do material derretido seria reaproveitado de forma industrial.

O chefe de Estado-Maior do Comando Militar do Sul, general de brigada Carlos André Alcântara Leite, explicou que todas as armas foram encaminhadas pela Justiça este ano, mas que os processos judiciais envolvendo estes armamentos podem ser de anos. “As apreensões também ocorrem fruto do ilícito transfronteiriço. As nossas operações militares na faixa de fronteira com colaboração cooperação com os diversos órgãos de segurança ocorrem durante todo o ano”, comentou.

Toda a operação de deslocamento das toneladas de armamento contou com um forte sigilo. A imprensa que acompanhou o processo, por exemplo, só foi informada do local onde ocorreria o derretimento das armas no horário de saída de Porto Alegre. O segredo, conforme o Comando Militar do Sul, era por questões de segurança, como evitar qualquer tentativa de furto no deslocamento. Pelo mesmo motivo, o local onde as armas são fundidas costuma ser trocado a cada processo.

“É fundamental a destruição para que o armamento não volte a ser utilizado para o crime ou alguma atividade ilícita”, afirmou Leite. Desde 2003, com a criação do Estatuto do Desarmamento, aproximadamente 250 mil armas de diferentes tamanhos e calibres já foram destruídas no Rio Grande do Sul. No Estado, o 3º Batalhão de Suprimento é a única organização militar responsável por receber produtos controlados para custódia ou destruição.


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