Ex-chefe de gabinete do DF nega relação com Carlinhos Cachoeira

Ex-chefe de gabinete do DF nega relação com Carlinhos Cachoeira

Cláudio Monteiro, no entanto, afirmou ter se encontrado duas vezes com ex-diretor da Delta

AE

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Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Cachoeira nesta quinta-feira, o ex-chefe de gabinete do governo do Distrito Federal, Cláudio Monteiro, negou qualquer relação com o contraventor goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Monteiro afirmou também que o governador Agnelo Queiroz (PT) jamais teve contato com o bicheiro. "Posso lhe assegurar que o senhor Carlos Cachoeira nunca ligou para o gabinete do governador Agnelo Queiroz", afirmou.

Questionado sobre o motivo pelo qual seu nome aparece em telefonemas trocados pelo grupo de Cachoeira, o ex-chefe de gabinete disse que as pessoas gostam de "vender prestígio". "Eu vou fazer uma ilação. Na ilação é o seguinte. Seja quem quer que seja o ocupante do cargo público, alguém vai dizer que tem relação com esta pessoa para mostrar que tem prestígio", afirmou. "Não existe uma única fala em que eu esteja dirigindo a essas pessoas".

Contudo, Monteiro admitiu ter se reunido por duas vezes no ano passado com o ex-diretor regional da Delta Construções, Cláudio Abreu, para tratar do contrato de lixo do Distrito Federal. Sem se lembrar com detalhes dos encontros, ele disse que recebeu Abreu para discutir uma solicitação envolvendo o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), estatal que cuida do lixo na capital. A conversa girou em torno da precariedade dos serviços prestados pela Delta.

O ex-chefe de gabinete afirmou que não recebeu indicação do tenente militar Paulo Abreu (que o grupo de Cachoeira desejava indicar para o cargo da SLU, segundo as escutas). "Não, senhor relator. Quero atribuir isso para uma dádiva divina. Se fosse colocado esse senhor, agora estaríamos numa situação complicada para explicar", disse.

Monteiro negou ter participado de uma reunião no dia 26 de fevereiro deste ano, a três dias da deflagração da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, para supostamente tratar da licitação para o processo de bilhetagem para o serviço de transporte público do DF. O caso foi revelado em escutas telefônicas, publicadas na quarta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo. "Essa reunião não existiu", disse.

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