Ex-marido que matou juíza deixa delegacia sem comentar o caso

Ex-marido que matou juíza deixa delegacia sem comentar o caso

Crime ocorreu diante das três filhas, na véspera de Natal no Rio

R7

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O ex-marido da juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, que matou a magistrada a facadas na frente das três filhas, deixou em silêncio a delegacia de homicídios na manhã desta sexta-feira. Ele apenas informou que só vai se pronunciar em juízo. Ele responde por feminicídio.

O crime aconteceu na quinta-feira, véspera de Natal. A vítima já havia feito registro de lesão corporal e ameaça contra o autor do crime em setembro passado. Após o pedido de medida protetiva, ela chegou a receber escolta da polícia, mas, meses depois, pediu que fosse retirada.

 Na tarde de quinta, ela saiu de Niterói, onde morava, para deixar as três filhas com o pai na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio, e foi morta por ele no meio da rua. O crime aconteceu na avenida Rachel de Queiroz, na altura do número 380. O local fica próximo a um posto da guarda municipal. Apontado por testemunhas como autor do crime, o homem foi preso pelos guardas municipais sem mostrar resistência.

Policiais do 31º Batalhão da Polícia Militar, do Recreio dos Bandeirantes, e agentes do Corpo de Bombeiros também foram acionados, mas já encontraram Viviane morta no local do crime.

 A Delegacia de Homicídios investiga as circunstâncias do assassinato. O homem chegou a ser levado pelos guardas municipais à delegacia, na Barra, mas precisou ser socorrido no Hospital Municipal Lourenço Jorge por causa de um corte na mão. O acusado foi atendido e liberado pelos médicos, sendo reconduzido por policiais militares à delegacia. A faca utilizada no crime não foi encontrada.

Manifestação de pesar

O Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Rio de Janeiro lamentaram o assassinato.  "O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, vítima de feminicídio na Barra da Tijuca nesta quinta-feira (24/12)", divulgou o tribunal.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) também publicou uma nota de pesar pela morte de Viviane. O órgão lembra que a juíza integrava a Magistratura do Estado do Rio de Janeiro havia 15 anos, com passagem pela 16ª Vara de Fazenda Pública, e atuava atualmente na 24ª Vara Cível da Capital. "O MPRJ, por meio da Promotoria de Justiça com atribuição, irá acompanhar a investigação deste bárbaro crime e repudia o feminicídio", disse o órgão. O último trabalho de Viviane foi na 24ª Vara Cível da Capital.

A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiram também nota de pesar afirmando que o assassinato da juíza não ficará impune. "Nesta Nota Oficial conjunta, as entidades representativas dos magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos", publicaram as entidades.


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