Ex-policial nega execução de Eliza Samudio e acusa delegado

Ex-policial nega execução de Eliza Samudio e acusa delegado

Bola aceitou apenas responder aos questionamentos do seu advogado

AE

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Acusado de ser o executor de Eliza Samudio, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, prestou depoimento nesta sexta-feira no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, no quinto dia da audiência com os réus no processo sobre o desaparecimento e possível morte da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. Bola negou a acusação e, como álibi, alegou que no dia 10 de junho – data em que, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público, Eliza foi morta por asfixia pelo ex-policial – assistia a uma aula de um curso de Direito numa faculdade na região da Pampulha, em Belo Horizonte.

No primeiro depoimento que prestou à polícia, o menor J., primo de Bruno, disse que Bola, após matar Eliza, esquartejou o corpo dela e jogou partes para cães da raça rotweiller. O ex-policial afirmou que seus cachorros não foram treinados para atacar e que os animais não "comiam carnes cruas". Bola disse que manteve contato telefônico com Luiz Henrique Romão, o Macarrão, pois queria que ele ajudasse o filho a se tornar jogador de futebol.

O ex-policial se recusou a responder às perguntas da juíza Marixa Rodrigues, do promotor Gustavo Fantini e dos assistentes da acusação. Aceitou apenas responder aos questionamentos do seu advogado. No depoimento, o ex-policial afirmou que foi "torturado psicologicamente" pelo delegado Edson Moreira, que conduziu o inquérito policial. Disse também que mantém uma rixa com o delegado desde o início dos anos 1980, quando era aluno da Academia de Polícia Civil de Minas Gerais (Acadepol).

"Ele é meu inimigo. Ele é o anjo mau, o que impõe terror. A toda hora ele me ameaçava, dizendo que queria pelo menos a perna da moça (Eliza), pois era a carreira dele que estava em jogo", disse Bola, que chorou ao falar das supostas ameaças. "Ele me ameaçou de morte e aos meus familiares". Bola também acusou Moreira de pedir que ele intermediasse uma tentativa de extorsão contra Bruno, para que o goleiro fosse retirado do inquérito. Segundo o ex-policial, o delegado teria solicitado que ele pedisse "ao patrão" R$ 2 milhões. Moreira não quis comentar as acusações.

Após cerca de duas horas de depoimento, Bola pediu à juíza permissão para ser atendido por um médico. Também hoje deverá ser ouvida a ex-amante de Bruno, Fernanda Castro.


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