"Excesso de operações leva policiais ao adoecimento", diz presidente da Associação dos Delegados

"Excesso de operações leva policiais ao adoecimento", diz presidente da Associação dos Delegados

Asdep declarou apoio a reivindicações dos servidores da Polícia Civil em Porto Alegre

Marcel Horowitz

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A Associação dos Delegados de Polícia do RS (Asdep) manifestou apoio à 'Marcha da Polícia Civil', marcada para às 13h desta terça-feira, quando servidores da Segurança Pública vão participar de uma caminhada do Palácio da Polícia até a Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre. O ato ocorre em protesto ao que os policiais consideram excesso de operações, demandadas pelo Executivo Estadual, reivindicando também reposição salarial e de efetivo, promoções na carreira e simetria entre os cargos de capitão e comissário.

O protesto é organizado pela Associação dos Comissários de Polícia (ACP), Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sinpol) e pelo Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm). Além da Asdep, o Sindicato dos Policiais Penais do RS (Sindppen) também vai apoiar a manifestação. 

“Estamos com uma carga de trabalho absurda. Combatemos o crime nas ruas, com operações realizadas em praticamente todas as semanas, e isso se reflete positivamente nos índices de criminalidade. Todavia, não existe diálogo e nem valorização [da categoria] por parte do governo", declarou o presidente da Asdep, delegado Guilherme Wondracek. "Essa situação [excesso de operações] tem levado os policiais ao adoecimento, com servidores se afastando para cuidar da saúde física e mental”, enfatizou. 

De acordo com presidente do Ugeirm, Isaac Ortiz, o excesso de operações tem gerado sensação de esgotamento físico e mental na categoria. "Há cobrança por números, para melhorar a imagem do governo. Isso está sugando o nosso sangue, pois não temos diárias e nem horas extras. Além disso, todos os dias há cobrança por resultados mas, em contrapartida, não querem repor o efetivo."

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) destacou que o efetivo já foi reforçado com o ingresso de 26 delegados, 125 inspetores e 119 escrivães, além de outros 341 agentes que ainda estão em formação. O comunicado também ressalta que a pasta reconhece o empenho da Polícia Civil no combate à criminalidade e trabalha pelo fortalecimento da corporação, dialogando com as entidades de classe. 

Leia na íntegra a nota da SSP

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) destaca o empenho realizado pela Polícia Civil para auxiliar no combate à criminalidade e trabalha pelo fortalecimento da corporação. O governo estadual e a Polícia Civil reconhecem o direito dos servidores e atua com base em normativas que respeitam a carga horária e escala dos policiais, com compensações pecuniárias e folgas.

Com relação ao quadro de pessoal, a SSP reitera que em 2023 o efetivo foi reforçado com o ingresso de 26 delegados, 125 inspetores e 119 escrivães. Além disso, outros 341 agentes estão em plena formação na Academia de Polícia Civil (Acadepol).

Ao lado do governo estadual, a SSP e a Chefia de Polícia também vêm realizando, desde o início do ano, uma série de reuniões e encontros com as entidades de classe, estreitando o diálogo entre as partes. Houve reuniões com o Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil do RS (Ugeirm-Sindicato), a Associação dos Comissários de Polícia do RS (ACP/RS), o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do RS (Sinpol-RS) e a Associação dos Delegados de Polícia do RS (Asdep). As agendas contaram com representantes da SSP, Casa Civil, Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão e chefia da Polícia Civil e visam encaminhar as demandas e solicitações das entidades de classe em face deste reconhecimento institucional.


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