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Verão

Especial

Extorsões de comerciantes em Porto Alegre eram inspiradas em milícias do Rio, diz delegado

Grupo criminoso faturava até R$ 100 mil mensais com achacamento de trabalhadores no Centro da Capital

Voluntários da Pátria ficou isolada pela presença da polícia na manhã desta sexta | Foto: Alina Souza

A série de extorsões contra comerciantes do Centro de Porto Alegre, praticada por uma organização ligada ao tráfico de drogas, teve uma trajetória ascendente antes de atingir o seu ápice, com um faturamento mensal de R$ 80 mil a R$ 100 mil. De acordo com o titular da 17ª Delegacia de Polícia, delegado Juliano Ferreira, a quadrilha, inspirada em milícias do Rio de Janeiro, encontrou um "mercado" para arrecadar dinheiro e manter o comércio de entorpecentes. Quinze pessoas foram presas, incluindo o gerente responsável por comandar o trabalho de extorsão. 

"Eu não tenho dúvidas de que essas extorsões foram inspiradas nas milícias do Rio. E tudo isso começou com profissionais do sexo, flanelinhas, vendedores ambulantes e comerciantes informais. A partir daí, perceberam que tinham campo para crescer e começaram a extorquir comerciantes já estabelecidos, culminando no incêndio na galeria Malcon. Pelas escutas e mensagens que obtivemos, os preços cobrados iam até R$ 400 e o faturamento mensal girava em torno de R$ 80 mil a R$ 100 mil", explicou Ferreira em entrevista coletiva.

Caminhonete da Polícia foi usada para arrancar portões no Centro da Capital / Foto: Alina Souza 

O delegado comentou que o incêndio do dia 22 de maio na galeria Malcon foi uma ação criminosa realizada a partir da resistência de comerciantes em pagar o dinheiro da extorsão. "O incêndio ocorreu a partir do momento em que a administração do local tomou medidas para evitar o entra e sai de pessoas", acrescentou. 

A diretriz da facção estava personificada na figura de um homem preso em um presídio federal. "Isso foi verificado e depois que tomaram um dos lugares para eles, que funciona como se fosse um QG. Começaram a fatiar a administração de locais que deveriam ser extorquidos para outras pessoas. O gerente responsável pela extorsão acabou sendo preso hoje, mas as diretrizes básicas de como deveria acontecer, a frequência e as datas eram estabelecidas de dentro da cadeia", esclareceu o delegado. 

Conforme Ferreira, há na investigação relatos de uma tentativa de homicídio e casos de agressão contra comerciantes que se negaram a pagar o dinheiro. Há ainda casos em que pessoas foram expulsas depois de adquirir imóveis na região dominada pela quadrilha. O lucro da quadrilha era significativo, tanto que dois carros de luxo foram apreendidos durante a operação: uma Land Rover e um Audi TT. 

Correio do Povo