Facção alvo de ofensiva investiu R$ 350 mil em loja de móveis de luxo em Canoas

Facção alvo de ofensiva investiu R$ 350 mil em loja de móveis de luxo em Canoas

Principal alvo da Operação Galápagos era sócio de estabelecimento localizado no bairro Marechal Rondon

Marcel Horowitz

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O principal alvo da Operação Galápagos é sócio de uma loja de móveis de luxo na rua São Pedro, bairro Marechal Rondon, em Canoas, na região Metropolitana. A ofensiva, deflagrada pelo Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), mira uma facção responsável por gerir um esquema de tráfico de armas e drogas em 12 municípios do RS e em SC. A investigação aponta que o líder do grupo investiu pelo menos R$ 350 mil no estabelecimento.

No local foram apreendidas mesas, cadeiras e uma geladeira. A proprietária foi presa temporariamente. 

O chefe da quadrilha seria um homem de primeiro nome Eduardo, conhecido como Dudu. Ele é filho do traficante Paulo Augusto Arruda Hoff, o Nenê, assassinado a tiros por uma facção rival em julho do ano passado. Já o tio do suspeito era  Adalberto Arruda Hoff, o Beto Fanho, morto em uma troca de tiros com policiais civis e militares em um sítio em Gravataí, na primeira quinzena de maio. 

Dudu estava no tiroteio que resultou na morte de Beto Fanho, mas conseguiu fugir disparando com uma pistola glock contra as forças de segurança. Ele foi preso hoje em Criciúma (SC). 

Segundo o delegado Alencar Carraro, diretor de investigações do Denarc, Dudu lidera um grupo com base na Vila São Borja, no bairro Sarandi, zona Norte de Porto Alegre. Ele assumiu a posição após a morte do tio, que até então comandava o tráfico na localidade. Os familiares dele ainda eram vivos quando a facção investiu na loja de móveis. "O tráfico gera muito dinheiro. Essa foi uma maneira que os criminosos encontraram para dar aparência legítima ao lucro ilícito", afirmou Carraro. 

Ao ser presa, a proprietária admitiu ter recebido valores de Dudu, sob orientação de Beto Fanho, para abrir o empreendimento. Ela, no entanto, alega que não sabia se tratarem de traficantes. "Dudu era um cliente da loja. Ele ofereceu os valores para montarmos uma sociedade e aceitei, pois eu não tinha dinheiro. Só fiquei sabendo que ele era envolvido com o tráfico quando o tio dele morreu", disse.  

A investigada também reconheceu ter conversado por telefone com Beto Fanho, mas alegou que não o conhecia pessoalmente. Em uma ligação interceptada pelos investigadores, o traficante pede valores a ela e se queixa da recusa. "Investi mais de R$ 350 mil e agora tu não me dá nada", reclama.

O chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré, não descarta que a loja também tenha recebido outros investimentos do tráfico. "Tudo aponta para lavagem de dinheiro, mas ainda estamos investigando", concluiu.  


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