Facção envolvida com execução em 2019 é alvo de operação da Polícia Civil, em Canoas

Facção envolvida com execução em 2019 é alvo de operação da Polícia Civil, em Canoas

Pistoleiros usaram um táxi para enganar a vítima que foi morta no bairro Igara em dezembro

Correio do Povo

Cerca de 70 agentes cumpriram oito mandados de prisões e sete mandados de busca e apreensão

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A Polícia Civil deflagrou a operação Driver ao amanhecer desta quarta-feira no âmbito da investigação sobre um assassinato ocorrido no final da tarde do dia 18 de dezembro do ano passado, no bairro Igara, em Canoas. Na ocasião, um homem foi executado com 17 tiros de pistola calibre 9 milímetros por quatro indivíduos que estavam em um táxi Volkswagen Voyage, de cor amarela. As investigações, que duraram seis meses, descobriram que a vítima vendia drogas, por tele-entrega, na área pertencente a uma facção criminosa. O mandante do crime encontrava-se recolhido ao sistema prisional e teria orientado seus subordinados por chamadas de vídeo no celular.

Na operação Driver, a Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Canoas, sob comando do delegado Thiago Carrijo, coordenou as 15 ordens judiciais tendo como alvos os executores da vítima e o mandante do assassinato. Houve o cumprimento de oito mandados de prisões, sendo seis preventivas e duas temporárias, além de sete mandados de busca e apreensão. A ação mobilizou cerca de 70 agentes em 22 viaturas.

Ao longo do trabalho investigativo, os agentes da DPHPP de Canoas identificaram o táxi Volkswagen Voyage, de cor amarela. O taxista era amigo da vítima e os criminosos aproveitaram-se disso para cometer o crime. Eles fizeram uma falsa chamada para o motorista de táxi que foi rendido chegar no local por três indivíduos armados e teve de mostrar onde a vítima costumava ficar vendendo entorpecentes.

O taxista foi levado para um lugar de propriedade do mandante do crime, onde ficou o tempo todo em cárcere, enquanto os criminosos cometiam o homicídio utilizando o táxi dele para que a vítima não desconfiasse. Após a execução, o grupo criminoso seguiram ameaçando o taxista e familiares para garantir a impunidade pelo crime cometido.

Entre as diligências realizadas foram colhidos depoimentos de testemunhas e analisadas as câmeras de monitoramento. Os policiais civis confirmaram então que os autores do homicídio são integrantes de uma facção criminosa atuante na cidade. Todos os envolvidos têm antecedentes criminais. Já o mandante do homicídio possui antecedentes por tráfico de drogas, roubos, sequestros, porte e posse ilegal de armas, entre outros delitos, sendo conhecido por agir com crueldade e violência. O criminoso foi transferido em março deste ano para uma penitenciária federal.

“A prisão de indivíduos pertencentes a facções, envolvidos nesse tipo de crime, contribui diretamente para a redução dos índices de criminalidade e enfraquece as facções”, avaliou o delegado Thiago Carrijo Fraga. Já o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ªDPRM), delegado Mario Souza, declarou que foi “uma ação profunda contra os homicídios em Canoas, uma prioridade na região”.


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