Facção envolvida com narcotráfico, jogos de azar e homicídios é alvo de ação em Gravataí

Facção envolvida com narcotráfico, jogos de azar e homicídios é alvo de ação em Gravataí

Ação da DPHPP de Gravataí teve 22 presos, incluindo vereador de Cachoeirinha que é irmão de líder da organização criminosa

Correio do Povo

Armamento foi apreendido durante investigação

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A facção Bala na Cara foi alvo da operação Cidade de Deus, deflagrada ao amanhecer desta terça-feira pela Polícia Civil. A ação foi conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) de Gravataí, sob comando do delegado Ricardo Milesi. A organização criminosa é envolvida com tráfico de drogas, jogos de azar e homicídios. 

Cerca de 250 agentes, em 60 viaturas com apoio aéreo, cumpriram 82 ordens judiciais, dos quais 57 mandados de busca e apreensão, em Porto Alegre, Gravataí, Cachoeirinha, Esteio, Guaíba, Portão, Tramandaí e Pelotas. Houve ainda a execução de 21 mandados de prisão preventiva, sendo que 18 deles dentro do sistema carcerário. Entre os 22 presos na ação está um vereador de Cachoeirinha, que é irmão da segunda liderança da organização criminosa.

A investigação da DPHPP de Gravataí começou em julho do ano passado a partir de uma colaboração premiada que apontou a autoria de 31 homicídios praticados pela organização criminosa. As execuções ocorreram em Gravataí, Cachoeirinha, Porto Alegre, Canoas, Sapucaia do Sul, Guaíba, Eldorado e Taquara.

NÚCLEOS

A equipe da DPHPP de Gravataí identificou 79 membros da facção, que possui divisão hierárquica precisamente definida e com separação das atividades em três núcleos distintos e interligados.

Um núcleo era voltado aos crimes violentos e tráfico de drogas, onde os executores dos homicídios recebiam como “prêmio” pontos de venda de drogas para administrarem e tinham facilidades para aquisição de armas e entorpecentes.

Já um outro núcleo atuava em jogos de azar, como bingos e máquinas de caça-níquel. A atividade ilícita rendia à organização criminosa igual ou maior lucro que o tráfico de drogas, com a vantagem de ser menos violenta.

A prática da jogatina ocorria na Capital, Região Metropolitana, Litoral Norte e Sul do Estado. Antigos chefes dos jogos de azar foram obrigados a dividir lucros com a facção ou tiveram seus pontos tomados com uso de violência e ameaças.

O trabalho investigativo constatou ainda um núcleo político. A facção tinha como plano a infiltração de membros na esfera política, com intuito de defender os interesses dela perante o poder público. A estratégia começou com a eleição do vereador agora preso. Caracterizada por ameaças e violência contra opositores, a campanha dele teve pressão contínua e troca de favores com eleitores de comunidades carentes da cidade.


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