Facção que controlava dois loteamentos é alvo de ofensiva em Santa Maria

Facção que controlava dois loteamentos é alvo de ofensiva em Santa Maria

Operação Retomada mira criminosos que expulsavam moradores e transformavam residências em pontos de tráfico

Marcel Horowitz

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A Operação Retomada foi desencadeada pela Polícia Civil, nesta sexta-feira, no combate aos crimes de extorsão, ameaça e tráfico de drogas, em Santa Maria. Segundo a corporação, o alvo das diligências foi um grupo de criminosos que atuava para expulsar moradores de casa nos Loteamentos Leonel Brizola e Zilda Arns, na zona Leste do município da região Central.

De acordo com o delegado regional, Sandro Meinerz, a organização criminosa ditava ordens nos dois loteamentos, utilizando residências como ponto de venda de drogas. Os moradores que se recusassem a ceder os imóveis ao tráfico, explica ele, eram expulsos e se tornavam alvo de ameaças. "Eles invadiam as casas das pessoas e as expulsavam. Além disso, também amedrontavam os moradores efetuando disparos de arma de fogo contra as residências", relatou. 

Meinerz também conta que as fileiras do bando eram compostas, na maior parte, por adolescentes. Ainda segundo o delegado, os líderes do esquema - todos com antecedentes por homicídio - são dissidências de uma facção com origem no bairro Bom Jesus, na zona Leste de Porto Alegre, mas que também criou ramificações em Santa Maria.
 

"Todas as lideranças do grupo já cometeram assassinatos. Eles são matadores e isso amedrontava as vítimas, dificultando a realização das denúncias", afirmou Meinerz. 

Conforme o delegado Antônio Firmino de Freitas Neto, titular da 4º DP de Santa Maria, a ação resultou na apreensão de três adolescentes, todos com idades entre 16 e 17 anos. Além deles também foram efetuadas três prisões, incluindo a captura de um foragido no Mato Grosso do Sul.

Também segundo Firmino, que coordenou a operação, oito mandados de busca foram cumpridos, sendo sete desses nos dois loteamentos e um na Penitenciária Estadual de Santa Maria, onde um dos líderes do grupo está encarcerado. 


O detento, conforme o apurado pela reportagem, seria um traficante conhecido como 'Gordo Vinicius'. Mesmo estando dentro da penitenciária, o criminoso tinha acesso a celulares e assistia aos crimes em tempo real, transmitidos através de chamadas de vídeo. 


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