Facção que movimentou R$ 50 milhões em 11 meses é alvo de ofensiva no RS e mais quatro estados

Facção que movimentou R$ 50 milhões em 11 meses é alvo de ofensiva no RS e mais quatro estados

Operação Irmandade mira esquema de lavagem de dinheiro mira núcleo financeiro de organização criminosa

Marcel Horowitz

Operação visa descapitalizar facção com base no Vale do Sinos

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Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) deflagrou nesta quarta-feira a terceira fase da Operação Irmandade, com o objetivo de desmantelar o núcleo financeiro de uma facção com base no Vale do Sinos. O grupo é suspeito de ter movimentado R$ 50 milhões em 11 meses. A ação mira 20 suspeitos e cinco empresas, utilizadas para lavar dinheiro.

Foram cumpridas 23 ordens judiciais como mandados de busca, indisponibilidade de bens e vistoria de empresas, reais e de fachada. As diligências ocorreram em SC, PR, SP e MS, além do RS.

No estado gaúcho a ofensiva englobou Porto Alegre, São Leopoldo, Gravataí, Sapucaia do Sul, Lajeado, Santa Maria, Panambi, Ijuí e Charqueadas.

A investigação aponta que o dinheiro do tráfico era pulverizado em contas bancárias de gaúchos, espalhados em vários estados da Federação. Os valores também serviam para a compra de imóveis de luxo em nome de laranjas.

As duas primeiras fases da operação ocorreram em julho e novembro de 2021. Desde então, foram confiscados mais de 11 milhões em bens e indiciados 43 suspeitos.

A nova etapa da ofensiva identificou contas de passagem, utilizadas de forma fracionada para burlas a fiscalizações. Os ativos eram utilizados por criminosos em São Leopoldo ligados ao tráfico internacional de drogas e a máfias européias.

“Eram dissimuladas grandes quantias de valores ilícitos para o pagamento e distribuição de lucros da organização criminosa”, afirmou o delegado Adriano Nonnenmacher, titular da Delegacia de Repressão a Lavagem de Dinheiro do Denarc.

Um dos alvos da ação é um traficante conhecido como Jamanta, que cumpre pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

Outro suspeito é um assaltante de bancos conhecido como Gordo ou Perneta. Ex-detento da Pasc, ele cumpria pena em regime semiaberto com tornozeleira.

Durante as buscas no imóvel dele, no bairro Vicentina, em São Leopoldo, o aparelho foi localizado intacto. O criminoso, que tem antecedentes por roubo e homicídio, está foragido. No início dos anos 2000 ele integrou o bando do assaltante de apelido Seco.

O esquema é comandado por um traficante conhecido como Fábio Nóia e pelo irmão dele. Os dois estão foragidos.


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