Família é presa por crueldade, abuso e golpe contra portadora de necessidades especiais em Esteio
Vítima foi submetida cruelmente a tortura, escravidão e estupro, além de ser alvo de crime patrimonial por parte de casal e filho
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Acusados de tortura, escravidão, estupro e crime patrimonial, um casal e o filho foram presos na manhã desta terça-feira pela Polícia Civil em Esteio. A vítima é uma portadora de necessidades especiais mantida em cárcere privado na residência da família, situada na vila Barreira, no bairro Parque Primavera. A ação foi realizada pelos agentes da DP de Esteio, sob comando da delegada Luciane Bertoletti.
Houve o cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão, de prisão preventiva e de internação. O homem, de 62 anos, e a mulher, de 38 anos, além do filho de 16 anos, estavam todos na moradia no momento da chegada dos policiais civis. A vítima foi resgatada e encaminhada para um abrigo.
“As condições em que a vítima foi encontrada denotam a crueldade dos crimes praticados pelo casal”, avaliou a delegada Luciane Bertolletti. “Foi uma situação terrível criminosa: a pessoa deficiente estava em uma situação de muito sofrimento”, complementou o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ª DPRM), delegado Mario Souza.
CRUELDADES
A partir de uma denúncia anônima no dia 5 deste mês, os policiais civis investigaram o caso de que uma pessoa portadora de necessidades especiais que era mantida por um casal trancada dentro da casa e submetida a todo o tipo de violência.
A situação já durava ao menos cinco anos. A vítima era forçada a trabalhar em circunstâncias que extrapolavam a condição física dela, sendo brutalmente agredida caso não cumprisse a jornada estabelecida pelos investigados.
De acordo com o que foi apurado, a família era vizinha da vítima. Em determinado momento, a residência da portadora de necessidades especiais foi vendida e o cartão de benefício previdenciário dela subtraído.
Segundo o delegado Mário Souza, uma série de crueldades foi então praticada. Arrastando-se, a vítima era obrigada a trabalhar todo o dia por mais de 15 horas, sem comida e bebida até que terminasse suas tarefas.
Ela era proibida também de utilizar o banheiro antes de terminar seus afazeres, urinando-se nas calças em diversas oportunidades, o que lhe causou uma gravíssima infecção.
Nesse mesmo período, o filho adolescente do casal passou a abusar sexualmente da vítima, com o consentimento dos pais. “Se não bastasse, em mais de uma oportunidade, a vítima fora obrigada a usar cocaína pela investigada, lhe causando sérios problemas de saúde”, observou o diretor da 2ª DPRM.