Família de Teréu processará Estado e juiz após morte do traficante

Família de Teréu processará Estado e juiz após morte do traficante

Irmã alega que autoridades sabiam do risco que era sua presença na Pasc

Hygino Vasconcellos

Irmã alega que autoridades sabiam do risco que era sua presença na Pasc

publicidade

A família do traficante Teréu alega que a justiça tinha conhecimento do risco que ele corria dentro da Pasc e, por isso, vai processar o juiz responsável por seu caso e o Estado. “Ele não poderia ter ficado ali”, enfatizou a irmã. O advogado Santo Virissimo Camacho Rodrigues disse que expediu duas petições pedindo pela transferência, mas não foi atendido. Morto por asfíxia nesta quinta-feira, antes ele havia passado pelo Presídio Central, em Porto Alegre, onde permaneceu por dois dias após ser preso, em 13 de abril, na saída de uma boate, na zona Sul. No carro em que estava, um Audi blindado, foi encontrado um pente de pistola nove milímetros.

O juiz da Vara de Execuções Criminais, Sidinei Brzuska, salientou que quando o homem entrou no Presídio Central houve uma “grande agitação” dos presos e surgiram rumores que ele poderia ser morto. “Mas não na galeria onde ele estava, onde se considerava seguro, mas em um trajeto dentro do presídio, nos corredores, por exemplo.”

A Vara de Execuções Criminais (VEC) também recebeu a informação que alguns presos “receberam a incumbência” de avisar quando Teréu “colocasse o pé para fora da galeria”. O juiz observa que também havia risco da permanência dele ali e por isso a direção do Central decidiu pela transferência dele para a Pasc em uma garantia de manter a integridade. O juiz salienta que veio a possibilidade de transferi-lo de volta para o Central, o que acabou sendo negado pela direção da casa prisional. Também foi solicitado a transferência para a Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), próximo da Pasc, o que também foi deferido.

Não havia agentes penitenciários dentro do refeitório, conforme o juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre, Sidinei Brzuska. Já o diretor do Departamento de Segurança e Execução Penal da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Mário Pelz, salientou que os servidores da Susepe acompanhavam o que se passava no refeitório por uma câmera e quando chegaram ao local Teréu já estava morto. Ele destacou que uma sindicância será aberta pela Corregedoria da Superintendência para apurar o que ocorreu da abordagem do homem até a chegada dos agentes.

Peltz observou que outros apenados participaram indiretamente no crime, inclusive na tentativa de bloquear a visão dos agentes que estavam na sala de controle da câmera, chamada de inspetoria. O diretor da Susepe não divulgou o número de apenados envolvidos na ação, mas salientou que eles foram identificados ainda na tarde de ontem e encaminhados para isolamento preventivo, onde devem permanecer por 10 dias.

O juiz destaca que está já é a terceira morte no refeitório. Já o diretor da Susepe reforça que os outros dois incidentes motivaram a instalação da câmera no local.



Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895