Filho é condenado a 16 anos de prisão duas décadas após morte de empresário no Vale do Rio Pardo

Filho é condenado a 16 anos de prisão duas décadas após morte de empresário no Vale do Rio Pardo

Mãe do réu foi absolvida das acusações por falta de autoria probatória

Marcel Horowitz

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Um júri popular condenou, na madrugada desta sexta-feira, Fernando Luiz Becker a 16 anos, cinco meses e 15 dias de prisão pela morte do próprio pai, o empresário Nilto Artur Becker, em Arroio do Tigre, no Vale do Rio Pardo. A mãe do réu, Terezinha Aldina Becker, que também era acusada de envolvimento no crime, acabou sendo absolvida. A sentença foi anunciada mais de duas décadas após o crime, ocorrido em 25 de julho de 2003. 

Conforme o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), os réus planejaram o assassinato com a intenção de impedir que a vítima retomasse a condução de um posto de combustível da família e descobrisse as dívidas contraídas pelo filho. Ainda segundo a denúncia, o homem foi morto com um tiro, à queima-roupa, na cabeça. Após, os acusados ainda teriam colocado a arma na mão esquerda do cadáver, com a finalidade de simular um suicídio. Nesse caso, houve ainda uma denúncia foi por fraude processual, que prescreveu. 

Os jurados acataram a tese dos promotores Pedro Henrique Staudt Silva e Amanda Giovanaz, condenando o réu a 14 anos e 10 dias por homicídio triplamente qualificado, pelo entendimento de que o crime foi cometido com motivo torpe, pelo fato de utilizarem recurso que impediu a defesa da vítima, bem como para assegurar vantagem financeira e a impunidade de outros delitos. 

O júri também corroborou a acusação de que o crime foi planejado para ocultar falsificações de documentos, pelo menos um ano antes do homicídio. Segundo o MP, o filho da vítima teria falsificado diversos extratos bancários do pai, inserindo dados adulterados para encobrir as dívidas e forjar saldos positivos. Ele ainda teria redigido e imprimido textos justificando uma suspensão de fornecimento de combustíveis ao posto de gasolina, alegando problemas operacionais que, na verdade, teria sido cortado em razão de dívidas. Nesse caso, o réu foi condenado a um ano, sete meses e quinze dias, por falsificação de documento particular. 

 A defesa do réu sustenta que não foi comprovada a materialidade do crime. Fernando Luiz Becker vai recorrer da condenação, em liberdade. A mãe dele foi absolvida de todas as acusações por insuficiência probatória de autoria.


 


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