Flagrantes e prisões podem agora serem feitos no plantão da 1ª Deam em Porto Alegre

Flagrantes e prisões podem agora serem feitos no plantão da 1ª Deam em Porto Alegre

Reforma trouxe melhorias à 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, reinaugurada nesta quarta-feira

Correio do Povo

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O registro das prisões em flagrantes de casos de violência doméstica podem ser feitos a partir de agora no próprio plantão da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (1ª Deam) de Porto Alegre, localizado no Palácio da Polícia, no bairro Azenha. A reinauguração do espaço, que passou por reformas durante dois meses, foi realizada na manhã desta quarta-feira. O acesso é pela rua Professor Freitas e Castro, nº 720, com atendimento nas 24 horas. Até então, as ocorrências das vítimas precisavam ser feitas na 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, que fica do outro lado do prédio.

A Chefe de Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, lembrou que tratava-se de uma antiga demanda. “Haverá uma ampliação do atendimento no plantão que fazia apenas registro de ocorrência. Agora temos equipes de plantonistas com delegados que não tínhamos e que fará na hora os pedidos cautelares”, explicou. “Agora realmente é plantão completo especializado. Tudo vai ser feito ali”, resumiu. A delegada Nadine Anflor observou ainda que o preso ficará recolhido na 1ª Deam. “O que vai acontecer? Vai aumentar o número de prisões”, previu.

As obras foram custeadas com recursos da corporação. Os espaços remodelados oferecem melhor acolhimento às vítimas de violência doméstica. Entre as mudanças na estrutura está a construção da rampa de acesso para pessoas com necessidades especiais e para mulheres com carrinho de bebê. O ambiente também foi repaginado, com recepção ampla, salas reservadas para atendimento psicossocial e registros de ocorrência.

A 1ª Deam conta também com uma sala exclusiva para interrogatório dos investigados que ingressam nas dependências por uma entrada separada, evitando assim qualquer contato com as vítimas. Já a cela foi reformada para atender à demanda de prisões.

A diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam) e titular da 1ª Deam, delegada Jeiselaure Rocha de Souza, destacou que a ampliação do plantão é mais uma das ferramentas de trabalho para acolher as centenas de mulheres que procuram mensalmente as delegacias para buscar ajudar, romper o silêncio e o ciclo de violência. “Conforme dados estatísticos, o tempo médio para uma vítima procurar ajuda é de dez anos. A missão da delegacia é acolher essas mulheres para que elas saibam que não estão sozinhas, e possam seguir em frente, longe da violência doméstica, do medo e da insegurança”, afirmou.

O plantão da 1ª Deam ganhou ainda duas salas específicas para atendimento psicossocial, reforçando a importância do atendimento multidisciplinar para os casos de violência contra a mulher. O serviço psicossocial foi introduzido desde o início da pandemia e estendido para o formato on-line, com psicólogos que entram em contato com a vítima por videochamadas para fazer o acolhimento e a orientação, conforme o caso e a necessidade específica.

“Manter o olhar voltado para o atendimento humanizado, para que todas aquelas vítimas que ainda não tiveram coragem de denunciar seus agressores, sintam que há um lugar especialmente pensado para acolhê-las e ajudar a romper o ciclo de violência doméstica. Estamos aqui para servir, proteger e acolher”, concluiu a delegada Jeiselaure Rocha de Souza.

Para a Chefe da Polícia Civil, a ampliação da delegacia é não apenas a concretização de um sonho antigo, mas também um desejo e uma exigência de muitas mulheres. “Que o espaço seja um recomeço, novo ânimo, novo olhar, para salvar muitas vidas”, enfatizou a delegada Nadine Anflor.

Foto: Alina Souza


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