"Foi premeditado", diz delegado sobre roubo e morte de jornalista em Porto Alegre

"Foi premeditado", diz delegado sobre roubo e morte de jornalista em Porto Alegre

Carol Majewski, 57 anos, foi vítima de latrocínio em seu apartamento no Centro da cidade

Correio do Povo

Um dos suspeitos da morte do jornalista foi preso na quinta-feira

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O delegado Fernando Soares, que investiga a morte do jornalista Carol Majewski, 57 anos, afirmou que os dois homens - suspeitos de cometerem o crime - "entraram no apartamento com o objetivo de roubar". "Foi premeditado", assegurou o delegado que classificou o crime como "bárbaro e sem chance de defesa para a vítima". 

Um dos autores - um jovem, de 19 anos - foi preso no final da tarde de quinta-feira, no bairro Cidade Baixa. Ele confessou a participação no latrocínio (roubo seguido de morte). Já o cúmplice, de 21 anos, está foragido. As investigações foram conduzidas pelos agentes da 1ªDP, sob comando interino do delegado Fernando Soares.

Agradecendo o empenho da equipe da delegacia desde a noite de segunda-feira quando o corpo do jornalista foi encontrado, o delegado Fernando Soares disse que a identificação dos dois suspeitos, ambos moradores de rua e com extensa ficha de antecedentes criminais, foi possível a partir da divulgação das imagens de duas câmeras de segurança do prédio da vítima. Nelas, a dupla aparece entrando com a vítima e fugindo depois com os pertences dela, incluindo duas mochilas, dois notebooks, perfumes e roupas, além de R$ 80 em dinheiro.

O delegado Fernando Soares destacou que várias informações chegaram apontando os nomes dos suspeitos a partir da divulgação das imagens, sendo registradas em depoimentos na delegacia. “Eles moravam embaixo de uma ponte do Guaíba”, observou. No celular da vítima, que acabou não sendo roubado, os policiais civis encontraram diálogos e fotos dos suspeitos durante conversa com a vítima via aplicativo no final da tarde de domingo. O delegado Fernando Soares lembrou que nessas fotos aparecem, por exemplo, os mesmos boné, tatuagem e bermuda vistos nas imagens das câmeras de monitoramento, constituindo-se assim em mais uma prova.

O crime

Ainda apartamento, Carol Majewski percebeu que seu celular estava sendo roubado e pediu a devolução, recebendo então as facadas. “O celular da vítima tocou no bolso de um dos jovens e o jornalista percebeu o roubo e pediu o telefone de volta.”, contou o delegado Fernando Soares. O jovem preso, que disse ser amigo da vítima há muito tempo, culpou o que está foragido como o responsável por esfaquear Carol Majewski, mas admitiu que imobilizou-o. “A vítima levou 30 facadas”, confirmou o delegado Fernando Soares, acrescentando que uma faca da cozinha do apartamento foi usada. “Eles ainda sufocaram a vítima com um travesseiro para ter certeza de que não voltaria à vida”, explicou.

O celular que seria roubado terminou caindo no chão e não foi levado apesar do apartamento ter sido todo revirado pela dupla. Segundo o titular interino da 1ª DP, um dos notebook foi vendido por R$ 300 na área central da cidade. Todo o dinheiro foi gasto pela dupla em festas. O restante do que foi roubado foi levado embora pelo foragido.

O inquérito ainda prossegue, pois estão sendo aguardados os laudos periciais dos exames realizados no apartamento, no celular e no corpo da vítima, entre outras providências. O trabalho policial será coordenado agora pelo delegado Paulo Cesar Jardim, titular da 1ªDP, que está retornando de férias.

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