Foragido condenado a mais de 90 anos de prisão é capturado em Itaqui

Foragido condenado a mais de 90 anos de prisão é capturado em Itaqui

Homem cumpriu pena pela morte de dois policiais rodoviários federais em Joinville, Santa Catarina

Correio do Povo

Homem foi conduzido à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc)

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Um ex-policial militar condenado a mais de 90 anos de prisão e que estava foragido foi capturado pela Polícia Civil na tarde de quinta-feira, em Itaqui, na divisa entre Brasil e Argentina. Valdir Saggin, conhecido como Dico, foi preso durante operação coordenada Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Quase nove meses após deixar a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) beneficiado com o regime semiaberto, Saggin voltou nesta sexta-feira para o sistema prisional.

Ele estava foragido desde março, após romper em 8 de março a tornozeleira eletrônica. De acordo com o delegado Gabriel Casanova, que coordenou a operação, Saggin já foi considerado um dos principais criminosos da região Sul. Natural de Catanduvas, Santa Catarina, o criminoso, de 58 anos, foi expulso da PM de Santa Catarina. Em 2001, fugiu da Penitenciária Estadual de Florianópolis. Em abril do mesmo ano, assassinou dois policiais rodoviários federais em Joinville (SC), após ser abordado junto com um comparsa. Segundo as investigações, Saggin transportava uma metralhadora em uma maleta preta e conseguiu render os patrulheiros.

Mesmo após dominá-los completamente, executaram os policiais a sangue frio. “A nossa equipe iniciou as diligências na cidade na quinta-feira. No meio da tarde o encontramos em um dos endereços que investigávamos, numa área central do município. Trouxemos na madrugada desta sexta-feira e já o encaminhamos à Pasc”, afirmou. Conforme as investigações, o foragido recebeu auxílio de outro indivíduo com quem cumpriu pena para se ocultar. Após várias horas de campana, ele foi visto saindo do local que estava residindo e foi abordado na rua. “Não houve reação”, afirmou, acrescentando que não há informações se ele planejava sair do país.

Segundo Casanova, o criminoso teria trânsito em todas as facções do Rio Grande do Sul, embora estivesse mais ligado à do Vale do Sinos. Por sua experiência como policial militar, ele tem conhecimento técnico no manuseio de arma de fogo. Não atua no tráfico de drogas, mas como prestador de serviços para facções, como roubos e execuções. É um indivíduo extremamente perigoso que não pode ficar em liberdade”, ressaltou. Saggin foi condenado a 41 anos de prisão pela morte dos policiais. Ele tem antecedentes por homicídio, sequestro, extorsão, roubo a banco, porte ilegal de arma de fogo, estelionato, entre outros. Todos praticados nos três estados da região Sul.  

“É uma prisão importante pelo histórico criminal e também pelo tempo que ele que cumprir por possíveis condenações”, destacou. Segundo Casanova, o criminoso é considerado um dos fundadores da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e, atualmente, teria ligações com uma facção com base no Vale do Sinos. Ele era procurado desde 8 de março.  Ao todo, Saggin já foi condenado a uma pena de 96 anos, 9 meses e 25 dias a cumprir. Até o momento, entre fugas e recapturas, cumpriu 33 anos e ainda restam 63 anos de pena a cumprir.

Além dessas condenações, o indivíduo atualmente responde a dois processos: um processo por tentativa de homicídio qualificado, extorsão mediante sequestro, receptação e organização criminosa na Comarca de Taquara - RS; e outro por tentativa de homicídio qualificado, roubo majorado, receptação, associação criminosa e posse irregular de arma de fogo na comarca de Sapiranga – RS. A soma das penas desses outros crimes, se condenado, poderá resultar em mais de cinquenta anos de reclusão.


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