Fugitivos que assaltaram banco em Amaral Ferrador não tinham antecedentes relevantes, diz Polícia

Fugitivos que assaltaram banco em Amaral Ferrador não tinham antecedentes relevantes, diz Polícia

Buscas por criminosos completaram 24 horas nesta quinta-feira

Correio do Povo

Aproximadamente 80 policiais fazem buscas por grupo que assaltou banco em Amaral Ferrador

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A Polícia Civil identificou os quatro homens que assaltaram uma agência do Banrisul em Amaral Ferrador. De acordo com a instituição, no entanto, o grupo não possuía antecedentes por crimes semelhantes. As buscas pelo bando completaram 24 horas na manhã desta quinta-feira. Até o momento, ninguém foi preso.

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) confirma que os fugitivos têm passagens criminais, mas não em casos de repercussão. Eles também não seriam integrantes de facção e nem fariam parte de uma quadrilha especializada em ataque a bancos.

A suspeita é que esteja escondido em uma área de mata em Encruzilhada do Sul, no Vale do Rio Pardo. Aproximadamente 80 policiais civis e militares cercam a localidade.

Os esforços também contam com o apoio de duas aeronaves do Batalhão de Aviação da Brigada Militar. Trata-se de dois helicópteros que realizam sobrevoo tático-policial para detecção e localização dos criminosos em fuga.

Além do reforço aéreo, um efetivo do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) também foi enviado e adentrou a área de mata. A região é montanhosa e tem vegetação densa, o que dificulta as buscas. Uma rede de rádio para a operação foi montada, uma vez que a localidade também não possui sinal de telefone.

O assalto ocorreu próximo às 10h, na rua Praça Quatro de Maio, no Centro do município de Amaral Ferrador. A quadrilha não teria conseguido acessar os cofres, mas levou parte do dinheiro dos caixas. Um veículo EcoSport branco foi utilizado pelos criminosos na ação. O automóvel havia sido roubado em Pantano Grande, na semana passada.

Antes da fuga, aproximadamente 20 pessoas foram feitas reféns dentro do estabelecimento. Na parte exterior, um cordão humano com pelo menos dez vítimas foi formado, para evitar a aproximação dos policiais. Os assaltantes portavam duas armas longas, sendo dois fuzis, e mais duas pistolas. Eles dispararam pelo menos cinco tiros para o alto, na intenção de assustar os moradores.

Dois reféns, sendo o gerente e um caixa do banco, foram levados no automóvel. Próximo às 13h, os reféns foram soltos em uma estrada onde foram resgatadas pelos soldados. Os dois passam bem.

Houve perseguição em direção ao município vizinho, Encruzilhada do Sul, que fica a 57 km de Amaral Ferrador. Os criminosos ainda tentaram arremessar o veículo contra as viatura, que formavam uma barreira e tiveram que desviar.

Após troca de tiros, como estavam em alta velocidade, os fugitivos perderam o controle do veículo, que capotou e foi abandonado. Os bandidos fugiram a pé e se esconderam em uma área de mata. As buscas se concentram na localidade do Assentamento Padre Réus.

Duas aeronaves do Batalhão de Aviação da Brigada Militar foram enviadas em apoio as demais unidades da BM. São dois helicópteros que realizam sobrevoo tático-policial para detecção e localização dos criminosos em fuga.

Amaral Ferrador tem 5,3 mil habitantes e fica a 190 km de Porto Alegre. É a terceira vez que a mesma agência bancária é assaltada. Ações semelhantes foram realizadas por bandidos armados nos meses de maio, em 2021 e 2022. O município já registrou cerca de oito assaltos do tipo nos últimos 15 anos.

De acordo com o subcomandante geral da BM, coronel Douglas Soares, a ocorrência é tratada como ‘novo cangaço’. O crime tem por padrão ser realizado em cidades pequenas, com menos efetivo policial, envolvendo assalto a agências bancárias.

"Há características básicas de novo cangaço, como uma quadrilha de quatro pessoas ou mais, além do uso de fuzil e cordão humano. É uma ação violenta e intimidatória. O crime [para se enquadrar nessa categoria] não precisa ter o bloqueio de entradas e saídas de um município. A intimidação também pode ser feita também dessa forma, mas isso é uma caraterística que se atribui a outro tipo de ação, que é o domínio de cidades”, explicou o oficial.

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