Gate detona armário e destroços atingem casas em Cachoeira do Sul

Gate detona armário e destroços atingem casas em Cachoeira do Sul

Explosão do objeto feriu dois adolescentes e um deles morreu nesta madrugada

Ricardo Pont e Jerônimo Pires / Rádio Guaíba

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Uma operação do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Brigada Militar para detonar o armário metálico que provocou uma explosão e deixou dois adolescentes em estado gravíssimo, na quarta-feira, assustou os moradores e danificou casas no bairro Oliveira, em Cachoeira do Sul, na noite dessa quinta-feira.

Pedaços da estrutura voaram e atingiram as residências vizinhas à indústria de implementos agrícolas onde o incidente feriu os adolescentes, um dia antes. A operação do Gate, que começou por volta das 15h30min, só foi concluída por volta das 20h, sem que os estragos tenham sido completamente contabilizados – o que só deve ocorrer na manhã desta sexta. Ninguém se feriu, mas a natureza do material químico guardado dentro da estrutura, que na quarta-feira havia ficado parcialmente avariada, ainda é um mistério.

De acordo com o repórter Luis Bacedoni, do jornal O Correio, do Grupo Fandango de Comunicação, de Cachoeira do Sul, os policiais solicitaram uma retroescavadeira da prefeitura, que ficou de prontidão, mas o maquinário não chegou a ser usada. O repórter relatou que pelo menos dez casas tiveram rachaduras ou danos em função da explosão. Bacedoni contou ainda que a população se surpreendeu com a forma como o Gate deixou o município, às pressas.

O jornalista contou que a porta do armário foi arremessada a 15 metros e ficou encravada em uma parede de alvenaria de uma residência cuja família disse não ter sido avisada da operação. Moradores registraram o fato na Delegacia de Polícia carregando os estilhaços da explosão. O prefeito, Sérgio Ghignatti (PMDB), já dormia quando foi avisado do caso, pelo jornal O Correio, e cogitou a hipótese de acionar o Exército, nesta sexta-feira.

Armário havia explodido na quarta-feira

Sem consultar os pais, os irmãos Jorni Alfredo Hertz Júnior, 17 anos, e Felipe Vargas Hertz, 13, que ficaram feridos tentando abrir o dispositivo com uma esmerilhadeira, na tarde de quarta, foram internados em estado gravíssimo. A suspeita é de que uma fagulha tenha acionado o explosivo. Um dia antes, um chaveiro não teve sucesso em abrir o dispositivo.

Jorni, que estava internado no Hospital de Caridade e Beneficência, de Cachoeira do Sul, morreu no início da madrugada desta sexta-feira. Ele esperava, há mais de 36 horas, um leito em um hospital especializado em tratamento de queimados. Felipe foi transferido para o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, onde segue em estado grave.

O comandante do Gate, capitão Felipe Santos Rocha, que retornou com equipe a Porto Alegre, foi procurado pela reportagem, mas os celulares permaneciam desligados no início da madrugada desta sexta.

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