Governador do RJ lamenta suspeita de envolvimento de policiais militares com milícias

Governador do RJ lamenta suspeita de envolvimento de policiais militares com milícias

Um dos presos, um coronel tinha como subordinados batalhões de elite da PM

Agência Brasil

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O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, lamentou a suspeita de envolvimento de 24 policiais militares no esquema de cobrança de propinas de comerciantes, empresários e ambulantes da zona oeste do Rio. Um dos presos, o coronel Alexandre Fontenelle, atual chefe do Comando de Operações Especiais, tinha como subordinados batalhões de elite da PM, entre eles o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque.

"É lamentável ter distintivo da Polícia, receber salários como os que pagamos, principalmente aos oficiais, e cometer desvios dessa natureza. Não vamos compactuar com o envolvimento de policiais com as milícias", disse o governador ao deixar o Rio Oil & Gas, evento que reúne, no Riocentro, empresas do setor de petróleo. "Nosso governo cortou na carne. Desde o início, com investigações do próprio estado, punimos 1,8 mil policiais descobertos em atividades ilegais", observou.

Segundo Pezão, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, continuará tendo autonomia para promover mudanças no 14º Batalhão (Bangu), onde atuava a quadrilha, e na cúpula da Polícia Militar. "O governador Sergio Cabral não se metia. Farei o mesmo. Nosso governo despolitizou as secretarias, dando autonomia aos secretários para as nomeações", salientou.

A operação foi deflagrada na manhã desta segunda-feira ã pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em conjunto com agentes da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Denominada Operação Compadre 2, a ação cumpriu 25 mandados de prisão, sendo 24 contra policiais militares, entre os quais seis oficiais. Dois policiais militares e um civil continuam foragidos.

Em 2013, a Operação Compadre desarticulou uma quadrilha que cobrava propina de feirantes e comerciantes flagrados com mercadorias ilícitas. O governador lembrou que, à época, foram expedidos 78 mandados de prisão contra PMs.

Conforme a denúncia, “o 14° BPM foi transformado em verdadeiro ‘balcão de negócios’, numa verdadeira ‘sociedade empresária S/A’, em que os lucros eram provenientes de arrecadação de propinas por parte de diversas equipes policiais responsáveis pelo policiamento ostensivo. A principal parte era repassada para a denominada ‘Administração’, ou seja, os oficiais militares integrantes do ‘Estado Maior’, que detinham o controle do 14º BPM, os controles das estratégias, das equipes subalternas e do poder hierárquico”.

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