Grupo protesta contra prisão de quatro homens por agressão a suspeito de pedofilia em Porto Alegre

Grupo protesta contra prisão de quatro homens por agressão a suspeito de pedofilia em Porto Alegre

Polícia civil instaurou inquérito para apurar o caso, que envolve quatro menores

Tais Teixeira

Manifentes protestaram contra prisão de quatro homens por agressão a suspeito de pedofilia em Poa

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Familiares e moradores da Rua do Patrimônio e arredores, no bairro Coronel Aparício Borges, em Porto Alegre, protestavam no fim da tarde de segunda-feira  em frente à sede da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Supese)  com gritos de justiça  pela prisão de quatro homens que agrediram um suspeito de pedofilia no último domingo.  O grupo foi levado pela Brigada Militar para a Delegacia de Polícia e, posteriormente, para o Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), na Susepe, onde passaram por  audiência de custódia, que decidiu pela manutenção da prisão por tentativa de homicídio. Eles foram conduzidos para estabelecimentos prisionais. 

O suspeito é marido de uma cuidadora  de quatro crianças de 2, 3, 5 e 7 anos prováveis vítimas  de estupro de vulnerável. Os menores, sendo que três são irmãos, e mais uma  menina de 2 anos ficavam com a mulher, uma senhora de aproximadamente 60 anos, para que as mães pudessem trabalhar. Revoltados com o boletim emitido pela  Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento,  do Departamento de Proteção ao Grupos de Vulneráveis (DPPA/DPGV),  que dizia que as crianças "em tese, foram vítimas de estupro de vulnerável", acompanhado de  solicitação  de avaliação física e psicológica dos menores, além de laudo pericial da 2ª Delegacia de Polícia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente ( 2ª DPCA), ao  o pai, o tio dos três irmãos e mais  dois vizinhos agrediram o suspeito na rua e foram encaminhados para a  Delegacia de Polícia. 

Mãe com uma das crianças que teria sido uma das vítimas. Foto: Fabiano do Amaral

Segundo a assessoria da Susepe, o suspeito ainda estaria hospitalizado. A informação foi confirmada pela assessoria do Tribunal de Justiça. A titular da 2º DPCA, Sabrina Doris Teixeira, afirmou que foi instaurado inquérito policial para apuração dos fatos. "Só posso dizer isso para não atrapalhar as investigações". 

Entre os quatro homens presos, apenas um era réu primário. Um tinha antecedente por lesão corporal, outro por lesão corporal, ameaça e embriaguez e outro por ameaça, desacato e lesão corporal. O suspeito de pedofilia tinha uma denúncia por exercício ilegal da profissão, mas nenhuma anterior sobre abuso sexual contra menores. Moradores ressaltaram que o casal era novo no local e que a mulher oferecia os serviços de cuidadora para os vizinhos. 

Indícios por meio do comportamento da crianças

A mãe das três crianças deixava os filhos com a cuidadora em dias alternados  desde a metade de outubro deste ano para trabalhar como faxineira.  "Deixava eles às 6h e buscava às 20h", disse. Morando sozinha com as crianças, ela contou que uma das obrigações da cuidadora seria levar os dois menores, de 3 e 5 anos para a creche, e o mais velho, de 7 anos, para a escola, onde cursava a segunda série do ensino fundamental. "Fiquei sabendo que estavam com muitas faltas por outras crianças".

Foto: Fabiano do Amaral

Um dia, a menina mais velha começou a evitar que tocassem as partes íntimas no banho e queria estar sempre vestida com roupas compridas. O ponto chave foi uma carta recebida da professora da menina de 5 anos,  relatando o comportamento reprimido da criança até a confissão do que teria acontecido com ela na casa.  "Ela dizia que o homem tocava nas regiões íntimas e que causava muita dor", lembrou a mãe. O mais velho também teve mudança de comportamento, sempre muito assustado e com medo. "Ele me disse que o homem levava a irmã e a outra menina para outro quarto, e que a mulher não o deixava entrar. Ele ouvia as meninas chorando e pedindo para que "o tio parasse". Ainda falou que os dois riam das crianças", detalhou a mãe.  O mais novo de 3 anos teria começado a querer beijar na boca das pessoas, coisa que não fazia. "Ele já fez dois testes de HIV que deram positivo. Hoje fez o terceiro para conformação", contou a mãe, que disse que os dois filhos mais velhos  estão na casa da irmã para ficarem um pouco afastados da situação. 


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