Grupo que movimentou R$ 200 mil com golpe dos nudes é alvo de operação no RS

Grupo que movimentou R$ 200 mil com golpe dos nudes é alvo de operação no RS

Quadrilha teria vínculos com facção no Vale do Sinos

Marcel Horowitz

Quadrilha especializada em aplicar golpe dos nudes foi alvo da Operação Fallacia

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Policiais civis do Departamento de Investigações Criminais (Deic) teve como alvo, nesta segunda-feira, criminosos que, do RS, aplicaram o "golpe dos nudes” contra vítimas em todo o País. A investigação aponta que o esquema movimentou pelo menos R$ 200 mil, desde o ano passado. Em um dos casos investigados, as extorsões levaram uma vítima a tirar a própria vida. A quadrilha teria vínculos com uma facção no Vale do Sinos.

A chamada Operação Fallacia ocorreu em Sapucaia do Sul, Montenegro e Santa Vitória do Palmar. Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e o bloqueio de contas bancárias. Houve ainda a aplicação de outras nove medidas cautelares, determinando que os suspeitos não podem se afastar das residências em que moram. Ninguém foi preso.

As investigações começaram em maio de 2023, quando a Polícia Civil de Goiás forneceu aos policiais gaúchos documentação relativa a um suicídio. A vítima era um trabalhador rural, de 48 anos, que morava na cidade de Caiapônia.

Na ocasião, o agricultor sofria extorsões após ter mantido conversas eróticas nas redes sociais com uma mulher, que não passava de um perfil falso criado pela quadrilha. Foi quando outro personagem, o suposto pai da interlocutora, entrou em contato com o homem, alegando que a filha era adolescente e que iria denunciá-lo.

Uma terceira figura, se passando por delegado, entrou em contato na sequência. O falso policial exigia valores para que não prendesse o homem. Os criminosos chegaram a extorquir mais de R$ 50 mil dele. Apesar da vítima afirmar que não tinha mais dinheiro, as extorsões continuaram até resultarem no suicídio.

O líder da quadrilha seria ligado a uma facção com base no Vale do Sinos. Ele teria recebido a maior parte dos valores oriundos das extorsões, quando ainda era foragido do sistema prisional. A suspeita é que, sob o comando dele, foram utilizadas contas bancárias dos outros investigados para ocultar a origem do dinheiro.

De acordo com o diretor de investigações do Deic, delegado Eibert Moreira Neto, a Operação Fallacia resultou na apreensão de aparelhos eletrônicos e documentos que possam comprovar a participação de todos os suspeitos no esquema.

"Com a deflagração da operação, a Polícia Civil, através do Deic, ratifica o compromisso de desenvolver investigações criminais qualificadas, notadamente aquelas em que haja indícios de atuação de organizações ou associações criminosas organizadas, objetivando a máxima responsabilização criminal de todos os envolvidos, de modo a reprimir à altura a prática dos delitos”, afirmou o delegado Eibert Moreira.

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