Homicídios caem e feminicídios sobem em maio deste ano no Rio Grande do Sul

Homicídios caem e feminicídios sobem em maio deste ano no Rio Grande do Sul

Indicadores de criminalidade, com comparativo do mesmo período em 2021, foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública do Estado

Correio do Povo

Transferência de líderes de facção ajudou na redução dos assassinatos

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O número de vítimas de homicídios caiu 5,3% em maio de 2022, na comparação com o mesmo mês em 2021, no Rio Grande do Sul. Houve 125 casos contra 132 ocorrências no período. Em relação às 171 mortes registradas em maio de 2018, antes da criação do programa RS Seguro, a queda chega a 26,9%, e frente ao pico de 233, um ano antes, a retração atinge 46,4%. Os dados integram a divulgação mensal de indicadores de criminalidade no Estado, realizada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).

No acumulado desde janeiro, os homicídios também estão em queda. O RS somou 680 vítimas até o final de maio, 2,3% menos que as 696 dos primeiros cincos meses de 2021. Comparada com 2018, quando o total no período foi de 1.081 vítimas, a marca atual representa queda de 37,1%.

Em Porto Alegre, os homicídios em maio caíram pela metade na comparação com o mesmo mês no ano passado. O número de vítimas baixou 51,9%, de 27 para 13, o menor total para o período desde 2010. Com o resultado, o cenário no acumulado desde janeiro também retomou a curva descendente observada nos últimos três anos, após a alta pontual em março deste em razão de um conflito entre facções criminosas na cidade.

Na soma dos cinco meses, a Capital contabiliza 115 vítimas de homicídios, quatro a menos que em igual intervalo de 2021, uma diminuição de 3,4%, e também o menor total da década. Na comparação com os 278 assassinatos cometidos em 2018, antes da implantação do RS Seguro, no qual Porto Alegre faz parte do grupo priorizado, o número atual representa redução de 58,6%.

RIO GRANDE

O principal desafio em relação aos homicídios ainda é enfrentado no município de Rio Grande, na Região Sul do Estado. A disputa, localizada a partir da tentativa da facção do Vale do Rio dos Sinos em se fortalecer na cidade, sob grande resistência do grupo criminoso local, tem sido responsável pelo aumento no número de assassinatos fora da curva dos últimos dois anos. O cenário também se acirra com a tentativa de se estabelecer uma rota de tráfico internacional de drogas passando pelo porto de Rio Grande.

LATROCÍNIOS

Já os latrocínios no RS se mantêm no menor total da série histórica em maio. O Estado repetiu no mês passado o número de roubos com morte no mesmo período de 2021: três casos. É o menor total já registrado para o período em toda a série histórica, iniciada em 2002. Na comparação com 2018, quando houve oito latrocínios em maio, a queda alcança 62,5%.

No acumulado desde janeiro, o cenário é também praticamente de estabilidade, com 25 casos, um a mais que nos cinco primeiros meses de 2021, quando houve a única marca menor em toda a série histórica. Frente ao pico, com 84 casos entre janeiro e maio de 2017, a redução chega a 70,2%.

Na Capital, o indicador ficou zerado em maio e, no acumulado de cinco meses, teve redução de 71,4%, caindo de sete latrocínios no ano passado para dois, repetindo o menor total da série, de 2012.

Conforme a SSP, a queda recorde foi registrada também na maioria dos crimes patrimoniais em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado. As reduções mais expressivas ocorreram nos roubos a transporte coletivo e nos ataques a banco.

Entre os roubos de veículos, houve ligeira alta em maio, com 20 casos a mais em todo o Estado na comparação com o mesmo mês no ano anterior, passando de 382 para 402 ocorrências, uma alta +5,2%. De janeiro a maio, o RS soma 1.938 roubos de veículos, 16,4% menos que os 2.318 do mesmo período em 2021.

Em Porto Alegre, cidade que tem maior representatividade nesse indicador, concentrando quase metade de todas as ocorrências do tipo, os roubos de veículos ficaram praticamente estáveis, mantendo-se no menor nível desde que teve início a contagem por município, em 2012.

Houve 153 casos, dois a menos que em maio de 2021, uma diminuição de 1,3%. Em 2018, antes do RS Seguro adotar o foco territorial de combate, 683 motoristas de Porto Alegre tiveram seus veículos levados por assaltantes no quinto mês do calendário, dado frente ao qual a marca deste ano representa retração de 77,6%.

No acumulado entre janeiro e maio, Porto Alegre também soma o menor total já visto na série histórica de roubos de veículos do município. São 770 ocorrências, 18,2% menos que em igual intervalo do ano passado, quando houve 941 casos.

FEMINICÍDIOS

Entre os crimes contra a vida, maio voltou a evidenciar a dificuldade no combate aos feminicídios. O número de mulheres assassinadas em razão do gênero no Rio Grande do Sul, que havia apresentado queda em abril, subiu de sete, no quinto mês do ano passado, para 10, neste ano. Trata-se de um aumento de 42,9%.

Com a nova alta, a soma de 45 vítimas no acumulado desde o início de 2022 segue acima do registrado em igual período do ano passado, com 41 feminicídios, um crescimento de 5,9%.

As tabelas completas estão disponíveis na página de estatísticas do site da SSP, através deste link


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