Identificado líder de grupo de assalto a bancos de São Sepé

Identificado líder de grupo de assalto a bancos de São Sepé

Quadrilha utiliza tática “novo cangaço” em assaltos no interior do Rio Grande do Sul

Jézica Bruno

Agências foram destruídas após as explosões

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A Polícia Civil identificou o líder da organização criminosa que atacou duas agências bancárias com explosivos na madrugada de sábado, em São Sepé, na região Central do Estado. O indivíduo é foragido desde 2012 e possui passagens por roubo a banco, além de ser considerado extremamente perigoso. Ele lidera um grupo descrito como parte do “novo cangaço”, modalidade de roubo a banco a exemplo dos antigos cangaceiros que promoviam roubos e dominavam cidades do interior com ações violentas.

A organização criminosa, composta por cinco homens, por volta da 1h, fez pessoas que estavam próximas das agências bancárias como reféns para realizar o assalto. Pelo menos mais de dez foram usadas para fazer um cordão humano durante a ação. Houve troca de tiros e dois policiais foram atingidos por disparos. Além disso, duas mulheres foram levadas dentro do veículo após o ataque e, posteriormente, foram liberadas em um posto de combustível em Caçapava do Sul. Uma das reféns machucou uma das mãos enquanto estava em poder dos bandidos.

De acordo com o delegado Joel Wagner, da Delegacia de Roubos do Deic, o grupo estava encapuzado e com armas longas, sendo fuzis e uma carabina ponto 30. O ataque foi realizado de forma simultânea nos dois bancos com a utilização de um grande volume de explosivos, o que deve se aproximar de seis quilos. Ao todo, foram realizadas cinco explosões três nos terminais e uma no cofre do banco Sicredi e outra em um caixa eletrônico do Banco do Brasil.

A organização criminosa já realizou ataques com explosivos em agências de Barros Cassal, Santana da Boa Vista e Cerro Grande do Sul. “É uma organização criminosa que já vem sendo investigada pela Delegacia de Roubos. São indivíduos extremamente perigosos que comentem os crimes e esperam por um determinado tempo para atacar novamente”, explicou o delegado destacando que a prioridade é prender o líder já identificado, além de identificar os outros indivíduos.

Conforme as investigações, a organização atua somente no Rio Grande do Sul e possui características próprias como a utilização de carabina ponto 30, quantidade excessiva de disparos, explosivos e reféns. A polícia atua na análise de imagens de câmeras de segurança e faz oitivas com as pessoas, mas a suspeita é de que o grupo já tenha se distanciado do local onde deixou as reféns.

Wagner observou que os policiais já priorizam a busca por organizações criminosas que cometem esse tipo de crime, mas que ainda é difícil coibir as ações, uma vez que os indivíduos possuem acesso a grandes volumes de explosivos e armas para cometer os ataques. “Esses explosivos são muitas vezes oriundos de pedreiras e acabam sendo desviados ou furtados e caem nas mãos de organizações criminosas”, observou.

Uma das medidas importantes para tentar coibir as ações, segundo o delegado, é a criação de uma legislação própria para o uso de explosivos. “Não temos um regramento próprio no que tange os explosivos no Brasil, mas temos na lei do desarmamento que penaliza esse tipo de conduta”, disse. Atualmente, quem é flagrado utilizando cerca de 50 quilos de explosivos reponde a pena semelhante a um sujeito que for pego com um revólver calibre 38 com numeração raspada de três a seis anos de reclusão.

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