Idoso com Alzheimer é preso em Gravataí e passa 12 horas no Presídio Central

Idoso com Alzheimer é preso em Gravataí e passa 12 horas no Presídio Central

Corregedoria da Polícia Civil investiga atuação de delegada e de dois policiais

Luiz Felipe Mello

Idoso com Alzheimer é preso em Gravataí e conduzido ao Presídio Central

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*Com informações do repórter Eduardo Paganella da Rádio Guaíba

A Corregedoria da Polícia Civil do Rio Grande do Sul abriu investigação quanto à conduta de uma delegada e de dois policiais durante a prisão de um idoso de 65 anos na Delegacia da Mulher de Gravataí, na região Metropolitana. O homem - que é surdo, autista e sofre do Mal de Alzheimer - foi preso após ingressar acidentalmente na sala da delegada. O idoso, interditado judicialmente, foi conduzido ao Presídio Central em Porto Alegre, onde permaneceu por 12 horas.

"Estamos diante de um fato inusitado, mas grave. A denúncia nos preocupa e precisamos coletar os motivos e os fundamentos que levaram a tudo isso. Vamos apurar a conduta dos policiais envolvidos e o procedimento policial usado no ocorrido", disse o corregedor-chefe da Polícia Civil, delegado André Luiz Vivan, em entrevista à Rádio Guaíba e ao Correio do Povo.

Conforme Vivan, a família foi à delegacia para registrar uma ocorrência de aliciamento de menores em junho. O idoso estava acompanhado da filha e da neta porque não poderia ficar em casa, já que é interditado judicialmente. Durante o registro do caso na delegacia, o homem teria se perdido da família e ingressado na sala da delegada. Ele teria recebido ordem para sair, mas acabou dominado e algemado por policiais que estavam no local. 

A versão de que o homem foi agredido pela delegada não foi confirmada pelo corregedor. "Este é um lado da história. Ela me disse inicialmente que foi agredida e que isso motivou a prisão. De qualquer forma, eu não posso ficar falando em guerra de versões. Nós precisamos reunir elementos que nos esclareçam o que de fato ocorreu, sem desmerecer a denúncia da vítima e o denunciado", argumentou.  

Vivan afirmou que o caso, a princípio, não é para afastamento da delegada, que está há seis anos na Polícia Civil. "Trata-se de uma profissional jovem e que nunca teve uma denúncia assim contra si. Acho que não é um caso para afastar, mas o jogo pode virar, no decorrer da análise dos fatos. O que não pode haver é uma precipitação", completou o corregedor. Segundo ele, o tempo para concluir a investigação é de 30 dias. 

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