IGP cria força-tarefa para analisar provas no caso do cirurgião denunciado por mortes e mutilações

IGP cria força-tarefa para analisar provas no caso do cirurgião denunciado por mortes e mutilações

Com 114 queixas registradas e 32 óbitos investigados, Polícia Civil vai encaminhar depoimentos, relatórios e prontuários médicos ao Instituto-Geral de Perícias

Correio do Povo

Dez peritos médicos legistas foram mobilizados para examinar documentos

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O Instituto-Geral de Perícias (IGP) divulgou nesta quinta-feira a criação de uma força-tarefa para analisar as provas periciais referentes às denúncias contra o médico João Couto Neto, de 46 anos, de Novo Hamburgo, suspeito de realizar procedimentos cirúrgicos e intervenções desastrosas. “Dez peritos médicos legistas vão analisar documentos, como prontuários e exames médicos das vítimas fatais, além de realizar perícias físicas e psíquicas nos sobreviventes que formalizaram as denúncias. Os trabalhos terão início imediato. Devido à complexidade, não há prazo para o término das atividades”, explicou nesta manhã o IGP.

Por determinação da Justiça, o médico está afastado de realizar procedimentos cirúrgicos. O inquérito da Polícia Civil é conduzido pelo titular da 1ª DP de Novo Hamburgo, delegado Tarcisio Lobato Kaltbach. Estão sendo apurados ao menos os crimes de homicídio doloso por dolo eventual e lesões corporais. 

“Nós temos 114 casos registrados contra o médico e neste quantitativo 32 óbitos. Tudo em investigação”, esclareceu nesta quinta-feira o delegado Tarcisio Lobato Kaltbach. “Já ouvimos mais de 80 pessoas. Em breve estaremos encaminhando ao IGP depoimentos, relatórios médicos e prontuários médicos para fins de análise pericial por uma equipe de médicos”, acrescentou. Os pacientes que prestaram queixas relataram que ficaram com mutilações, lesões, sequelas ou complicações.

Nessa quarta-feira, pacientes e familiares das vítimas fizeram um protesto em frente à sede do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), em Porto Alegre, com o objetivo de pedir mais celeridade do trabalho investigativo sobre o caso.

"Em virtude de a defesa do dr. João Couto Neto não ter tido acesso à integralidade dos autos do inquérito, qualquer manifestação nesta hora seria precipitada. Importante frisar que será sim apresentada a versão do médico em momento oportuno, quando todos os documentos necessários tiverem sido aportados à investigação. A defesa tem plena certeza de que os fatos serão, com o tempo, devidamente esclarecidos, comprovando-se a completa correção nos procedimentos adotados pelo médico", informou o advogado Brunno Lia Pires em uma nota oficial.


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