Imóveis ocupados por traficantes serão devolvidos aos moradores, diz delegado
Polícia realizou operação em condomínio popular ocupado por criminosos na Restinga
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O condomínio popular Ana Paula, do programa federal Minha Casa, Minha Vida, no bairro Restinga em Porto Alegre, foi tomado por uma quadrilha de traficantes que expulsava moradores e usava o local para ponto de vendas ou depósito de entorpecentes.
Para o delegado Guilherme Calderipe, a ideia é que instituições como Ministério Público, Defensoria Pública e Prefeitura de Porto Alegre participem conjuntamente do processo de impedir que os traficantes reocupem os imóveis. “É uma ação diferente da Polícia Civil, mas muito útil e importante para sociedade”, enfatizou. O trabalho investigativo prosseguirá para capturar integrantes da quadrilha.
De acordo com delegado Calderipe, o objetivo dos criminosos era “ter o domínio territorial da quadrilha no condomínio”. Segundo ele, a operação Regresso é a primeira de uma série de ações pontuais que serão desencadeadas pelo Denarc em todos os condomínios populares onde traficantes tenham expulsado os moradores. “Em um dos imóveis que cumpri busca, a moradora não era a proprietária e se desesperou, mas ela se beneficiou da ação do tráfico de drogas”, observou, não descartando que os próprios criminosos tenham efetuado a venda para a mulher.
O delegado Guilherme Calderipe destacou o monitoramento durante o trabalho investigativo, sendo elaborado inclusive um mapa de todo o condomínio Ana Paula, com indicação de quais apartamentos eram utilizados.
A operação Regresso mobilizou cerca de 100 agentes que cumpriram 21 mandados de busca e apreensão no conjunto residencial formado por 416 imóveis, distribuídos em 26 blocos com quatro andares em cada. As ordens judiciais foram executadas em 21 apartamentos, sendo constatada a presença de moradores irregulares em 11 unidades, muitos suspeitos de serem de confiança dos criminosos. Outros imóveis foram encontrados vazios e serviriam como pontos de venda ou depósitos de entorpecentes. No entanto, não foram encontradas drogas nesses locais e nem ocorreram prisões.
A ação deflagrada foi considerada como uma nova fase decorrente da megaoperação Gênesis, ocorrida em outubro de 2015 com a participação de 652 agentes que cumpriram desde então 100 mandados de busca e apreensão e outros 43 de prisão temporária, sendo presos 62 criminosos.