IML corrige número de vítimas de massacre em escola para 11

IML corrige número de vítimas de massacre em escola para 11

Dez meninas e um menino morreram assassinados por ex-aluno

AE

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O Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro retificou o número de corpos de vítimas do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira que chegaram à sua sede nesta quinta. Foram 11 crianças, sendo 10 meninas e um menino. Desse total, apenas um corpo não foi reclamado pela família. Pelo menos quatro famílias já se dispuseram a fazer a doação de órgãos. O corpo do atirador, Wellington Menezes de Oliveira, também está no IML, mas nenhum parente apareceu ainda.

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Em entrevista nesta tarde, o deputado estadual Zaqueu Teixeira (PT), presidente da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa do Rio, que esteve no local do crime, afirmou que as crianças foram acuadas pelo assassino, e depois executadas, com tiros disparados de cima para baixo. Na avaliação do deputado, o fato de a maior parte das vítimas ser menina não é uma casualidade. "Não tem como não ser proposital uma quantidade de meninas tão grande", afirmou.

Segundo Teixeira, o atirador teria utilizado um dispositivo para facilitar o carregamento do revólver. "No tempo que ele levaria para colocar uma munição, ele colocou seis". O político disse ainda que, apesar de esse ter sido um fato incomum no País, é preciso buscar medidas preventivas.

Os alunos mortos identificados até agora pelo IML são: Mariana Rocha de Sousa, 13 anos; Milena dos Santos Nascimento, 14; Karine Lorraine de Oliveira, 14; Géssica Guedes Pereira, 15; Samira Pires Ribeiro, 13; Bianca Rocha Tavares, 13; Luiza Paula da Silveira, 14; Laryssa Silva Martins, 13; Rafael Pereira da Silva, de 14 anos; e Larissa dos Santos Atanásio, 13 anos. A menina Ana Carolina Pacheco da Silva, de 13 anos, está desaparecida.

O atirador, Wellington Menezes de Oliveira, deixou uma carta antes do ataque à escola. No texto ele diz que "nenhum impuro pode ter contato com um virgem sem sua permissão". Segundo o psiquiatra forense Marcos Gebara, a avaliação isolada da carta, sem informações prévias do autor, não permite que se faça um diagnóstico do atirador. Mas, para ele, "aparentemente" o texto foi escrito por uma pessoa sob um "surto psicótico paranoide delirante alucinatório". "É como se a pessoa tivesse recebido uma missão, que sabia como executar. Inclusive ele prevê a maneira como as pessoas deveriam lidar com ele já morto", comenta.

De acordo com Gebara, não há sinais de que Oliveira tenha transtorno de personalidade. "O sociopata sempre foi assim. É uma pessoa ruim, indiferente aos sentimentos alheios. Já o psicótico é uma pessoa normal, que de repente entra em surto. Ao que me parece, é o caso desse rapaz".

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