Insegurança ronda comunidade do bairro Menino Deus, em Porto Alegre

Insegurança ronda comunidade do bairro Menino Deus, em Porto Alegre

Brigada Militar anuncia volta da patrulha noturna e emprego de soldados recém formados na região

Correio do Povo

Arrombamentos e invasões de prédios residenciais e comerciais, além de roubos, infernizam moradores e comerciantes

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A insegurança ronda os moradores do bairro Menino Deus, um dos mais tradicionais bairros de Porto Alegre. Arrombamentos e invasões de prédios residenciais e comerciais, além de roubos, têm intranquilizado a comunidade que fez um novo apelo às autoridades. Na manhã do dia 15 de abril passado, uma passeata chegou a ser realizada ao longo da avenida Getúlio Vargas, entre as avenidas José de Alencar e Ipiranga, com os manifestantes pedindo mais segurança pública.

A Brigada Militar já planeja ações para conter a criminalidade e trazer de volta a sensação de segurança. Nesta segunda-feira, o comandante do 1º BPM, major Márcio Luiz da Costa Limeira, anunciou que está sendo constituída novamente uma patrulha noturna, além da patrulha comercial, para atuar no bairro Menino Deus. “O Comando de Policiamento da Capital (CPC) instituiu uma força de emprego tático com soldados recentemente formados. A região vai receber então esse policiamento a pé para que a gente possa então aumentar a percepção da população, além de prevenir os crimes e aumentar a proximidade com a comunidade, comerciantes e moradores”.

“A gente viu que agora nos últimos quatro meses, os casos começaram a aumentar”, constatou o representante farmacêutico César Augusto Goulart, 44 anos. Ele reside há quatro anos na rua Botafogo. “Só aqui nessa quadra foram sete casos de arrombamentos”, calculou, incluindo também a travessa La Salle. “A gente já vem reivindicando há muito tempo. É muito difícil sair de noite com algum pertence assim”, frisou, referindo-se sobretudo ao roubo de telefones celulares. Ele citou, como exemplo alguns casos, a invasão de um centro odontológico e de um minimercado, o assalto a uma padaria junto com roubo de um veículo e uma tentativa de arrombamento de um centro espírita, entre outros. “A gente não vê ronda policial no bairro”, lamentou.

César Augusto Goulart observou que os ladrões levam tudo o que puderem nos arrombamentos. O representante farmacêutico lembrou que “um meliante” já tem mais de 20 ocorrências no nome dele, mas a última vez que foi detido não foi em flagrante, pois “não tinha nenhuma das mercadorias furtadas”. Um outro ladrão, “a gente sabe que é morador de rua”. Ele disse que esse suspeito foi quem invadiu o centro odontológico. “Uma característica nesse bairro é ter bastante idosos. A gente se preocupa com a segurança deles inclusive”, afirmou. César Augusto Goulart explicou que muitos prédios residenciais e comerciais têm recebido reforços na segurança, como a instalação de fechaduras mais seguras e de cercas elétricas.

“O que é básico, a gente não está tendo. Então hoje a gente está refém dos meliantes”, avaliou, recordando que os moradores pagam impostos para terem a segurança pública como uma das contrapartidas. “Não tem muito o que fazer senão pedir socorro e pedir uma intensificação do policiamento aqui. A gente está tentando justamente é pedir o nosso direito básico à segurança que não está sendo cumprido”, desabafou. “Os ladrões não têm nem mais dia e nem horário. Eles perderam o medo e receio porque sabem que a polícia não passa, então, eles têm livre situação para poderem atuar”, concluiu.

O comandante do 1º BPM, major Márcio Luiz da Costa Limeira, explicou que, principalmente nos últimos meses, “a gente já tem desenvolvido algumas ações de abordagem dos indivíduos, inclusive à noite, para identificação e verificação dessa situação de flagrância”. De acordo com ele, o batalhão tem “atuado na região com patrulhamento motorizado de visibilidade”.

“Da mesma forma, a gente tem a nossa patrulha comercial com foco na região, tendo disponível um canal de contato via rede social para troca de informações com a comunidade”, salientou. Desde o começo deste ano, ele contabilizou cerca de 20 prisões de autores desses tipos de crime no bairro Menino. A maioria dos detidos foi por furto qualificado em residências e estabelecimentos comerciais ou um furto em veículo, além do tráfico de entorpecentes.

Conforme o major Márcio Luiz da Costa Limeira, vários dos indivíduos já foram presos pelo 1º BPM em ocasiões anteriores. “Um deles inclusive é conhecido na região e já tem 22 passagens por furtos qualificados”, assinalou. Na semana passada, o suspeito foi abordado novamente, mas não pode ficar preso diante da falta de materialidade do crime. “Temos um contato constante com a Polícia Civil para que a gente possa responsabilizar esses indivíduos”, destacou. 


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