Interpol emite alerta contra mulher de Abdelmassih

Interpol emite alerta contra mulher de Abdelmassih

Marido de Larissa Maria Sacco, de 37 anos, foi condenado a 278 anos por estupros

AE

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A Interpol do Paraguai emitiu na quinta-feira alerta internacional para a localização de Larissa Maria Sacco, de 37 anos, mulher do ex-médico Roger Abdelmassih, de 70, informa o jornal "O Estado de S. Paulo" em sua edição desta sexta-feira. Até a noite de quinta, o órgão não havia sido comunicado formalmente da saída de Larissa do país, mas, segundo a polícia local, ela já está no Brasil desde terça-feira, quando o marido foi capturado em Assunção, onde ficou três anos. Ele foi condenado a 278 anos de prisão por 48 estupros contra 37 vítimas.

"Ela está desaparecida. Não descartamos que esteja hoje no Brasil ou em qualquer outro lugar", disse o subchefe da Interpol em Assunção, Francisco Javier Cristaldo. Segundo ele, o alerta é uma exigência formal em casos como o de Larissa, suspeita de envolvimento na falsificação de documentos que permitiram ao marido viver clandestinamente.

O alerta, chamado de red notice (difusão vermelha), serve para manter as autoridades informadas sobre o paradeiro de Larissa, que foi procuradora da República e é mãe de dois filhos de Abdelmassih. Cristaldo ressaltou, porém, que não há ordem de prisão contra ela. "O que há é um alerta para localização", afirmou o policial.

Ao todo, 188 países-membros da rede da Interpol estão em alerta. Larissa é investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE) por facilitar a fuga de Abdelmassih. Luiz Henrique Dal Poz, chefe de gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça, disse que ela pode ser acusada de falsidade ideológica, caso seja comprovado que tenha usado documentos falsos. Ela será investigada por crimes financeiros.

Documentos

No final da tarde desta quinta-feira, o comissário Gilberto Gauto, diretor do Setor de Identificação do Paraguai, apresentou dossiê com informações sobre a identidade que Abdelmassih usava naquele país. Entre os documentos, está a cópia da carteira de identidade, emitida no Paraguai, vencida em fevereiro de 2009.

Os registros policiais confrontados com o número do documento mostram que Abdelmassih seria natural da cidade de Dr. Francia, teria nascido em 6 de fevereiro de 1949, e residiria na Rua 29 y 10, no bairro Sajonia - todas informações falsas. "Esse documento é falsificado com a foto dele", confirmou um policial que integra a equipe de investigações.

Partida

Larissa deixou o Paraguai horas após a prisão do marido e já está em território brasileiro. A informação é da polícia paraguaia, que acompanhou o trajeto da viagem de Larissa na noite de terça-feira. Ela abandonou a casa da família, no bairro de Villa Morra, e seguiu de carro para a fronteira, levando os gêmeos. De acordo com fontes policiais do Paraguai, Larissa saiu do país por Ciudad del Este e passou a fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná.

O carro usado na viagem não é o mesmo que ela usava em Assunção, um Kia Carnival preto, ano 2012, que por duas semanas foi seguido pela polícia na operação de localização e prisão do ex-médico. A polícia investiga eventual participação de paraguaios no caso e quer saber quem ajudou Larissa a deixar o país.

O ex-médico se apresentava como Ricardo Galeano. A casa da família permanecia fechada nesta quinta-feira, e o Mercedes-Benz usado pelo fugitivo continuava na garagem.

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